30 dezembro 2008

Sinto que alguma coisa está faltando para o projeto sair perfeito.

26 dezembro 2008

bêbado, bêbado, bÊbado, bêbado.
travado,
trazendo, em si,
algumas coisas,
em ti, lembraças delicadas,

o doce,
o uísque nas mãos,
as pernas estiradas na poltrona,

ela em cima.
olhar ao lado, menos nela
ela se levanta e sai,
mas tanto quer! tanto deseja!

o charme, ela pega nele, dá um abraço
e fala no ouvido,
mas sai.

o charme, o doce,
o uísque, o abraço.

cada toque do ambiente,
cada detalhe, olhar, reflete o fogo,
distorcido.

por que ninguém aceita ele... por inteiro?

25 dezembro 2008

"Hello there, the angel from my nightmare."

É tão misto e certo. É simples de entender e difícil de explicar. É apenas uma frase em outra língua. Legal. E as pessoas procuram dentro de uma pequena frase, as vezes tentar explicar tudo que querem ou desejam. Em muitas formas as pessoas procuram expressar o que não é visto, o que não é tocado. Palavras, falas, músicas, imagens. Qualquer coisa expressa sempre alguma coisa. O fato de tentar comunicar aquele olhar. O fato de tentar comunicar aquela angústia. As pessoas desesperadamente sentem e amam, e mesmo não gostando do que sentem, existe aquele sabor que não querem perder e ninguém comenta até hoje. Viver sem este sabor é viver sem sentir esta agonia ou este sentir. Mesmo chorando, gritando, sorrindo, florindo, sentindo, matando, montando, criando, fomando, perdendo, saudade. Ninguém quer perder esse sabor. E a cada momento cada pessoa tenta se livrar dessa maneira, expelindo pelas palavras, falas, músicas, imagens. A cada momento que tenta tirar este fardo que corrói seu coração, sua mente, o tempo - que acaba passando mais devagar -, criando raiva, amor ou dor. E o gritar, chutar as coisas, jogar este computador pela janela, os copos na mesa, rasgar as roupas, a camiseta vestida em mim, arrancar os cabelos da cabeça, de alguma forma de expressão corporal, também mostramos o que sentimos. Fechar o punho com força, fechar a arcada dentária com força, os olhos, bater o pé, deitar e olhar para o teto, ficar sem movimentos, parado, sentindo o tempo contando a cada segundo - cinquenta e um... cinquenta e dois... cinquenta e três... cinquenta e quatro... cinquenta e cinco... cinquenta e seis... cinquenta e sete... cinquenta e oito... cinquenta e nove... sessenta, um minuto - de maneira torturando e te corroendo. De muitas formas as pessoas tentam expelir alguma coisa, como eu tentei agora, nessa frase.

"Hello there, the angel from my nightmare
[...]
And in the night we'll wish this never ends
We'll wish this never ends

[...]
Where are you and I'm sorry
I cannot sleep I cannot dream tonight"

Mark Hoppus & Tom Delonge
Ah!
Aah!
Aaahh!
Aaaaaaaahhhhhhhhh!
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!

Aah!
Aaaahhh!
AAAAAAAAAAAHHHHHHHH!
Aaahhhh...

AAAAAAAAAH!
AHHHHHHHHH!
AAAAAH!
AAAAAAAAAAH!

Eu não me aguento!
Grande poesia.

22 dezembro 2008

Profano.

21 dezembro 2008

Não me aproximo. Não me recordo, algumas vezes tento me afastar, correr para longe. Vou sentindo as pisadas mais pesadas, o ritmo ficando mais seco, parece que carrego 100kg em minhas costas. Não consigo chegar a lugar nenhum. Corro, me aproximo, as duas coisas não dão certo.

Apenas fico parado.

No meio da floresta vazia, sombria. Seus galhos dançando ao sabor da brisa gelada e criando pequenos barulhos e chacoalhos das folhas caindo ao chão. No meio do nada, do bosque, sentado, ali, me contendo de agonia e medo.

De agonia e medo.
De agonia e medo.
De agonia e medo.
De agonia e medo.

E só.

Vou preparar um café para ver se a dor de cabeça passa.

20 dezembro 2008

Tô acordado. Tô acordado.

Porra! Não venha, não. Olha, tô acordado, porra, esquece de mim.



Sempre foi assim. Será. Se constrói bem devagar e você não pode retornar isto. Você se perde de maneira sutil, não percebe como isso acontece e quando acontece não sabe porque isto aconteceu. Você não consegue se livrar de seus problemas, seu coração não escuta mais aos seus comandos. E aí, cara, se fodeu.

A ladeira íngreme do coração até sua mente não é tão simples de se fundir. É necessário muito esforço nas pernas dos pensamentos. É difícil... é difícil. Tem que pensar muito, se questionando: vale a pena? Vale a pena? VALE A PENA, CARO AMIGO?

Se vale, se fodeu mais uma vez então, haha! Porque não vai ser fácil. Se fosse ruim tava aí, na merda, facinho, facinho pra você pegar e conseguir. Porque o que não serve você acha fácil.

Não deixa, não deixa se esvair. Não vou me rebaixar, mas peço por favor. Não entre fora, caia dentro mesmo, aceite os defeitos porque nada vai sair tão perfeito. Olha se consegue ir mudando devagarinho, porque aí o negócio é mais agoniante, mas menos impactante.

Porque o impacto dói. E a agonia... ela agonia mesmo, né, porra.

Agonia pra cacete. Tem gente que não guenta ficar com essa agonia e aí vem procurar aquele (ou aquela) amiguinho benfeitor para ajudar a superar. As vezes supera. As vezes não. Então o que acontece é que amigo que não serviu - é verdade! -, pois quando você não consegue é porque você tem fraqueza. E pra ser forte alguém dá um empurrãozinho. Se aquele (ou aquela) não conseguiu, veja o que o outro diz e vai pingando de amigo em amigo até conseguir fazer o que você não consegue sozinho. Seguir em frente.

Mas fazer o que, tô acordado aí, tô esperando o sono chegar.
E chegará?

19 dezembro 2008

Desconstruam as casas,
Desfaçam os asfaltos,
Retirem o encanamento e a iluminação.
E descontruam as cidades.

Desfaçam as montanhas,
Sequem os lagos, os rios, os mares.
Guardem as flores,
Retirem as árvores
Guardem todas no depósito.

Apaguem o Sol,
Apaguem as estrelas
Tirem a Lua da noite.
Não quero ver mais aquele coelho.
A noite não deve ter mais brilho.

Fecham os sentimentos, os amores,
As paixões, as dores,
Perdoem os desonestos e os honestos.
Recoloquem todos os humanos, na caixinha.

Rearrumem tudo.
Desfaçam tudo.
Tirem a terra até ficar a casca.

Porque nada mais faz sentido.
Fielmente desisto. Mais uma vez nessa putrefação social, sentimental e tudo que consideraria bom para uma felicidade pessoal, não existe mais. Nada mais surge nesse mundinho podre pela falta de compaixão existentes entre seus companheiros de raça e cada vez mais a competitividade entre eles continua surgindo e aumentando cada vez mais.
Desisto. Desisto em acreditar que talvez, quem sabe, as pessoas sejam realmente pessoas, ao invés de puro orgulho, corrompidas pela infidelidade e ainda tem a ilusão de achar que isso faz parte da vida. Perdem-se completamente nos seus pensamentos decadentes, sem nenhum senso de noção do certo e o errado.
Desacordados com a vida, iludidos com as sensações que o mundo a concedem, tentam se esquecer desse peso nas suas mentes corrompidas.

Não posso fazer nada. Quando um quer nenhum vai.

17 dezembro 2008

Que lástima. Na vida as pessoas são dramáticas em suas vidinhas miseráveis e sempre imaginam ou emendam histórias nas suas próprias vidas para que sejam mais divertidas. E ainda tem a falta de vergonha de contar esses "novos" fatos para os companheiros. Tudo com um sentido chúlo de se transparecer uma imagem do que querem passar sobre eles mesmos. Iludem-se na vantagem de um caráter idealizado por mais uma fonte não confiável de informações: a sociedade. E baseiando-se nelas, acham que tendo essas características peculiares que não existem neles, mas criam em situações - assim caracterizando-os -, podem se identificar com o grupo ou impressioná-los com suas tão consideradas vantagens.

O que mais me impressiona nisso tudo vem da falta de amabilidade em nós mesmos. E viajamos em nossa maionese de pensamentos com tantas situações melosas relacionadas aos nossos parceiros que quando consideramos colocarmos em prática, acreditemos em nós mesmos de que isso não se deve acontecer. Ou de que não é aceitável. Nós temos medos de nossas vontades e nossos desejos. E novamente nós procuramos para aquela fonte totalmente não confiável: a sociedade. E nela começamos - novamente - a se basear nas vontades e desejos adequadas a nossa cultura local e social.

O péssimo das coisas, é que estamos se sentindo corroídos por dentro e sentimos esta terrível sensação, mas não voltamos atrás. Pior em pensar de que sabemos o que significa e não conseguimos voltar atrás, seria mais torturador do que a situação que estamos agora. E é daí que vem aqueles que procuram fugir da realidade, usando dos mais diferentes tipos de drogas. E eles as utilizam pelo peso que a sociedade impõe, ou melhor, corrigindo, do que nós deixemos que a sociedade imponha sobre a gente, já que não encontramos nem uma pessoa que aceite nossos desejos e vontades considerados - geralmente - vergonhosos. E com essas drogas eles realmente fogem da realidade. Encontram-se no mundo fictício e não tem vergonha de suas sensações e assim, aquele sentimento de prisão é rompido por algumas horas e você fala as besteiras e sente a vontade que quiser. Se sente leve, porque nada te prende, nem a vergonha, as pessoas rindo ou não de sua larica ou de sua viagem tridimensional de que a droga lhe proporciona. O fato é você atinge a coragem de falar o que sente.

No entanto, contudo, é de grande interesse meu continuar a insistir do quão ridículo conseguimos ser, construindo fatos apenas para podermos criar imagens definidas por nós, para o nosso caráter.
Impressionante como conseguimos dormir.



E nós conseguimos realmente dormir?

05 dezembro 2008

não há como voltar atrás.
em tempos de tempos, sua cicatriz cicatrizada,
marcada e seu peito, pelo golpe no coração,
o destino realizou seu objetivo.

e vence mais uma vez,
uma vitória encontrada já pela minha mente,
e que procurava esperar... até acreditar,
mais uma vez, de que 'dar certo' existia.

busquei em meus primordiais objetivos,
qual o real objetivo de realizar um desejo.
não sei, não sei,
não vou encontrar nenhum desejo,
se eu for pensar como um objetivo,
e nada será como eu quero,
se um dia eu querer realizar.

não há,
não vêem a desordem estrondosa,
o mundo descontrolado,
todos acham que tudo deve ser como estar,
e o estar é sofrer e nunca se realizar.

querem porque querem aceitar,
descontroladamente o que
criaram imaginariamente sobre
o que é viver.

querem destruir os pensamentos férteis
profundos e unicamente saudavéis
e os unicos que restam nessa vida.
não, corrompem-se com chúlas palavras daqueles que se declaram sábios.

insônia em meus olhos,
por não fecharem de ódio do quejá sei o que pode acontecer.

e me iludo.
me iludo em imaginar que alguma vez na vida eu tive a realidade de uma ilusão.

e me fecho.
me fecho mesmo sabendo que todas as vezes que me abrir,
receberei um presente
e uma facada.

de nada você ganha, se pegar algo em troca.
qualquer motivo, motiva você a querer realizar
e nenhum motivo faz vocÊ continuar
por mais firme que seja,
quando a facada forma aquela cicatriz,
que quando cicatriza no peito pela esfoliação do coração,

nada faz você continuar.

27 novembro 2008

introdução.
introduzido na ação,
uma libertação de idéias,

correção ortográfica,
pulverização de pensamentos,
carbonização de vontades.

desejos sem mais verdades,
as verdades matam os desejos e destroem as suas vontades.
os picos mais altos do pensar
são os mais baixos do sentir

os mais velhos sábios gostam de escutar,
o que confirmam sempre para si mesmos,
de que não confiam mais em ti.

quer aprender sobre o outro?
ele dirá sobre o que ele é,
porque o espaço por ele aberto,
é dizer que no entreaberto das coisas,
e nos problemas nas feiras mentais,
consegue ser isso e aquilo,
fulaninho e tal.

desperdicei!
mas uma chance de ser
o que supostamente deveria,
deveria para mim,
ou para voce,
não há mais vantagens em dizer ou não dizer.

introdução do fim,
então, da história inacabada,
da característica de alguém
que quer seu espaço diferente dos outros.

introduzido na ação,
na induzidas idéias a serem transpassadas.

uma hora acerto.
não venha me encontrar....
não venha não...
não tente me entender,
não tente não...
não tente me amar,
você não vai me amar...
não pense em se aproximar...
não pense não...

a vida vou levando,
em âmbitos agudos de um sonho amargo emergido a luz refletida de um sol na água de um rio nascente.

isso condiz com a natureza, mas não tem nada bonito.

não tente não me evitar...
não dá pra evitar...
as coisas não são assim,
como elas a gente tem que achar,

você não se liberta
da prisão da liberdade
de escolher as suas decisões
mas serem induzidas a uma só vontade.

não esqueça que,
além de tudo, em mim,
ou fora de tudo, aqui,
na terra,
nos olhos,

nós queríamos uma realização.

das poucas que temos poucas consideramos vitória,
das que mais procuramos no final das contas,
nem dá pra cantar conquista,
ou vitória, sei lá

no final da história,
nunca vai dar o que gostariamos de que fosse acontecer.

e continuo a cantarolar,
não pense mesmo não...
não tente...
não fique aí parado...
nem se movimente...
não venha me encontrar...
não venha me...
encontrar...


21 novembro 2008

Sem Ego

em tempos vastos,
os orgulhos das feridas dos homens,
são mais sentidos antes de existir.

nós temos medo antes de ver o monstro.
a sombra nos amedronta
e o que realmente a forma,
não interessa.

nosso orgulho impede.
nós temos medo de enfrentar.

nós temos medos do amor,
porque quanto mais profundo você conhece sua beleza,
um dia você conhecerá o mais profundo do seu sofrimento.

ninguém quer sofrer,
o mais óbvio,
nem os hérois querem sofrer
e por isso,
guarda o orgulho das feridas,

o ego absoluto.

16 novembro 2008

Com Ego

desconquiste.
ramifique,
fortifique.

vá em direção oposta,
não se exceda.

não cobre,
durma bem,
sempre adie algo que pode ser feito hoje.

não decida.
decida só na descida,
em cima do ponto,
aquele, o do ônibus.

não existe abstinência de algo que existe a vontade.
você pode até pagar para isso.

não aponte o dedo para o corte.
mostre ele cicatrizado e vá embora.

mostre ele cicatrizado e vá embora,
mostre ele cicatrizado e vá embora...

15 novembro 2008

e mais uma vez o ciclo dá voltas.
fique esperto velho homem,
fique esperto velha mente maléfica.

08 novembro 2008

Os seres humanos procuram muitas formas de satisfazer. De fugir do sofrimento, da dor, é impresionante. O mais impressoinante ainda é as mais diversas formas de como eles procuram fugir. Cada meio absurdo, apenas elo simples fato de não querer enfrentar a vida.

Os seres humanos não conseguem enfrentar a vida.

Se iludem e têm medo da realidade. Tem medo de enfrentar a verdade já que o mundo que eles criaram em sua cabeça não é o que realmente acontece. E daí, nos perdemos em um facismo ridículo para algo. Criamos maneiras de evitá-las, tudo para sentir essa dor, este sofrimento.

Se não há sofrimento, em que mundo você está?

Para não existir sofrimento, ou não existem pessoas ou elas não interagem, não há vida.

Pois a vida é ter prazer e sofrer.
Lembrar e esquecer.
Fazer silêncio e gritar.
Sentir e não sentir.
Ser chato e legal, grosso e educado, rude e carinhoso, alegre e triste, sorridente e chorão.

Viver é estar passando por todas as etapas da vida.

É transformar, ficar imutável, correr atrás de sonhos e erros, se arrepender e ficar decidido.

Se você tenta evitar isso tudo, você tenta evitar de viver e o sofrer faz parte do viver, tanto quanto o ter prazer. Não devemos evitar isso, já que, se só vivessemos de alegria, seria muito chato.

O mundo está aí para conquistarmos e sentirmos tudo que deveríamos sentir.
Tudo, mesmo.

03 novembro 2008

Caminhando por aí, percebi: agora eu sei porque os homens dão o mundo em troca de uma mulher. Porque o mundo é algo material, sólido, está ali para eles, quando eles quiserem. Podem andar sobre qualquer terra em qualquer lugar, basta querer. Mas o coração da mulher não. Não é uma bola sólida e fixa. É como um simples sabonete: queremos tê-la em nossas mãos a todo custo, mas se apertamos demais, escapole, e se abrirmos muito, escorrega. E o pior de tudo. Com o tempo, se dissolve e o sabonete não estará mais lá. Só podemos mesmo orar para que quando ele se dissolva, seu perfume esteja em nossas mãos para sempre.

28 outubro 2008

A melhor maneira de aproveitar a vida, é perdendo ela primeiro.

PORQUE AÍ A GENTE DÁ VALOR, NÉ, PORRA! :)
Descobertas, Descobertas.
Nada pelas aparências,
Tudo estava em uma coberta,
Em um véu cheio de transparências,

Não há novidades,
Apenas fui desiludido
Pela verdadeira realidade.
Uma ilusão criada por si,
Uma vontade de se esconder da verdade.

Voltemos a verdadeiras sensações o homem!
Me encontro no esgoto, então,
Que sensações sem desgosto, tripudiações,
Nada me salva disso, Além
De que nem nem quero sair daqui.

Continuemos, continuemos.
Não vivo,
Não sobrevivo.
Não estou aqui para grandes feitos,
Nem presenciar os seus efeitos.
Não estou para ser amado,
Talvez para fazer com que as pessoas se sintam importantes,
Pois só eu que consigo amar.
E essas pessoas façam grandes feitos,
Enquanto em armagura irei ficar.
Não recebei troca.

Não tenho que receber troca.
Lixo orgânico,
Não sou apenas lixo,
Sou também reciclável,
Para fazer com que outros façam grandes feitos,
E o húmus cubra meu coração de merda novamente.

Formigas e insetos,
Saboreiam de meus pequenos feitos.
Mas fogem,
Talvez não sejam tão bons assim.
O sabor, não lhe encontro,
Eu não lhe encontro.

Quem sou eu,
A definir os meus míseros feitos!
Infame dormirei sendo saboreado pelos insetos!
Dormirei e não há como saber,

Pois ninguém nunca soube sobre mim.

Nunca há de ir de encontro,
A mente escorre a lambaça que deixa e,
Por um momento, atrás dessa lama,
Encontro a verdadeira podridão escondida.

Encontro o defunto,
De olhos abertos
E olhando para mim.

Frio, sem sangue,
Sem vida.

E quando percebo,
Este defunto sou eu.

26 outubro 2008

Cansei da lucidez,
A loucura me pegou de vez
Não me vejo em qualquer lugar,
Algum lugar tenho que estar.

Destino ou sorte,
Nada mais importa nesse turbilhão
De casos de vida ou morte,
Meu coração,
Encontra-se em realmente
Solidão.

E por isso conheço muitos,
Muitos desconheço mas respeito,
Outros nem nunca vi,
As ruas, becos, vidas, idéias,
Pensamentos que surgem
Tudo está por vir.
Deixamos que venha.

É uma coisa boa,
Mas se fosse só boa, seria má,
Já que tudo de bom não tem graça,
Tem que amar,
Tem que se magoar,
Se agoniar, sentir, amargurar,
A vida não é só ficar
No desejar.

Eu não tenho boas idéias,
Não escrevo bons poemas,
Quanto mais boas relações,
Chuto em viver sem desilusões.

Não me enxergo com todos,
Nem me vejo sem ninguém.

Nem me vejo sem você,
Você. Sabe como é, o luar,
Brilha alcançando o horizonte,
Caminho brilhante do mar,
Do horizonte a praia,
Da praia até não ver mais.

Cheia, vazia,
Solta no espaço do céu,
Onde todos conseguem ver com o mesmo olhar.
E esse espaço cria um véu
E minha mente esta pronta para viajar.

Acorda em florestas
Sendo que dormiu em um altar.
Vejo a Lua na avenida
E o carro no ar.

Nada é certo e minha loucura tem sentido
Nada é bonito se for apenas visto.

Que idéias,
Quais idéias que serviriam para vocês?
Nenhuma delas terão sensatez,
A sua sensatez,
Pois no meio da minha loucura com senso,
Mas sem medir alturas, sem ter vez,
Não servem para ninguém.

Só para mim,
De mim para você,
De você só tenho a mim,
E em mim só penso em você.

Aquele terreno adentrado,
Que barulho você ouviu?
Um corrégo ou um lago?
Os rios nunca serão os mesmo.

I.

Nem suas inspirações terão as mesmas pedras,
Nem suas poções de espumas serão aquelas!
Os mergulhos,
Ah que mergulhos pelas flores belas,
Cercando o rio e sua correnteza.

II.

Em seu brilho,
Uma cor branca,
Será ali um coelho,
Meu querido?

Procuro ver,
Morro... renasço para tentar rever
Os momentos que deixei de fazer
Para poder conseguir o que não poderia ter.

Que coelho,
Se for um, milhões aparecerá,
A sua reprodução é fácil,
Ela se espalha rápido,
Apenas dois coelhos,
Formam uma manada,
De amores distribuídos por aqui,
Por aculá,
Em qualquer lugar.

III.

Não vejo coelho algum.
Sabe, sempre será assim,
Nunca conseguirei encontrar nada distribuído para mim.
Mas será porque não quero dividir
Tudo aquilo que consegui?

Não percebo, nem sei analisar,
Nessas horas
Tudo pode ser, tudo pode dar.
Continuo caminhando esperando um caminho certo
Aquele que me leve em algum lugar,
Onde eu sou alguém.
E você realmente existe.

IV.

Costumeiro,
Uma sátira:
Vivo, desvivo, "num" vivo,
Sinto, pressinto, sempre minto
Quando quero algo em meu ressinto,
Mas nunca, nem sempre
Deixo de assumir o que eu pinto em meu olhar.

Ordem

Nas ventarnias do norte,
Corta-me o vento gelado que envolve meu coração.
Destrói-se então o calor,
A chama que acende a emoção.

Distancio-me, distacio-me,
Cada viagem ao longe,
Nunca volto ao que estava antes.

Busco em ordem,
A desordem para poder provar que a minha,
A minha talvez ignorante desordem,
Seja uma real ordem.

14 outubro 2008

Viajante Sombrio

Corra, corra. 

Foram os ultimos susurros que eu ouvi. Passava a cada floresta, sombria em seus galhos nebulosos. Cada sombra formava uma criatura sempre inexistente que, no entanto, fazia parte de algum reino animal na minha cabeça. Corri. Estava suando e minha espada pesava na mão. O outro braço sangrava e não me encontrava mais. 

AHHHHHHH.

Um grito.

Eu paro. Os galhos parecem se aproximar mais de mim, as sombras pareciam me tocar. Suei frio e não sabia para onde ir. Larguei a espada no chão. Me ajoelhei. Olhei para aquela terra maldita, MALDITA SEJA. Não era para eu estar ali. A raiva se cobria em mim, não o medo. Não poderia ficar correndo por um desleixo. Comecei a urinar em mim mesmo. Senti frio. Lágrimas começaram a escorrer.

Meu caminho de volta foi mais tenso. Eu não corri, voltei andando porque queria enfrentar cada medo por qual passei nesses segundos na escuridão da floresta e não voltar atrás. Os galhos cada vez mais roçavam em meus ombros, principalmente na ferida do lado esquerdo. Andando, calmamente, sentindo o meu barulho destacar exatamente onde eu estava para qualquer pessoa que estivesse ali. Eu não tinha medo, não tinha. Gozava dessa coragem. Morreria ali mesmo, nesse lixo. Não estou sorrateiro, olhava fixo e olhava para cada monstro que surgia em cada sombra. Não esquecia de nenhum, gravava e dizia para mim que depois iria caça-lo e quebrar todos os galhos que lhe restassem. Destruir cada sombra que surge para me fazer voltar. Cada obstáculo que me faz querer voltar atrás. Só tem um caminho para ir onde eu estava e mais de três mil caminhos para correr. Me torturei a cada momento até chegar no local. 

Você está no chão.

Foi o que falei para mim mesmo. Olhei a área. Não vi ninguém, apenas o cheiro de sangue. Aquele capim escurecido denunciava o sangue que ainda escorria por aquele corpo. Seus cabelos espalhados emaranhados e suas mãos abertas. 

Rrrrr...

Ele voltou. Não sabia o que fazer e dessa vez, pedia a morte. Deitar junto com aquele corpo, e escorrer o meu sangue por cima do dele. Tudo estava escuro e não ouvi mais nada, nada além de seus passos atrás de mim. Ele vinha em minha direção e calmamente. Qualquer um pediria para escapar dele. Qualquer um prezaria ficar longe de qualquer maneira dessa criatura. Eu pedia que ele realizasse seu trabalho, ele falava todas as línguas e nenhuma. Soltei a espada, lutaria nas mãos.

Me virei calmamente. Lá está aquilo.

Ninguém, realmente ninguém gostaria de estar ali comigo naquele momento. Seu sobretudo preto passava de sua altura, pois sobravam panos no chão o que não conseguia ver seus pés. Ele estava limpo e lindo. O preto do tecido brilhava pela lua cheia. Era tão grande que não dava para ver suas mãos pois a manga sobrepõe o espaço. Mas eu via o que segurava.

A madeira tocava no chão e passava de sua cabeça. Na ponta da madeira vinha aquele metal escorrido e enfejurrado que todos sabiam para qual ao uso. Era mágico e surreal observar aquilo. Sem medo, estava por ali e não voltava, alias queria me aproximar. Por fim o capuz cobria o seu rosto, será que isso tinha rosto.

E eu, vivendo minha maior experiência estava lá:

Com a Morte.

Ofereço minha alma abrindo os braços e ouço,

Proponho um trato.

Viajante Sombrio

Nós pensamos, poucos que existem assim, mas pensamos. Se não existem pessoas como nós, a sociedade não progredia. Porque a sociedade não precisa de pessoas comunicativas para se encaminhar, pois estas apenas dão enterterimento aos moribundos cansados dessa vida qualificada como boa. Moribundos que correm do que eles próprio criaram, inevitavelmente fugindo daquilo que mais têm medo criando métodos compulsivos e imprevisíveis para esconder seus problemas. E sem nós, não teriam brilhantismo. Ninguém sabia quem era quem. Observamos atentamente cada passo, cada singularidade, cada Destino escolhido e realizado. Sabemos cada passo futuro e qual o motivo de cada passo passado. Não nos cansamos, temos insônia porque não temos medo do que vemos. Não ficamos felizes porque nós reconhecemos e não fingimos que não estamos vendo. Nós estamos aí. E os moribundos se acustumam com o ambiente. E nós fazemos parte dele. Esse é a nossa maior vantagem, mero amigo, nossa maior vantagem.

Nós somos brilhantes, porque ninguém nos procura.
Sem cor,
Nem dor,
Nem odor.
A vontade passou.

Vivo,
Desvivo,
Sobrevivo,
Tanto faz, não tô decidido.

Olho,
Abaixo,
Esbugalho,
E exploro,
Alguma aventurinha por aí...

Sabe,
Não sei,
Quem sabe,
Vamos esquecer isso daí...

Já que ninguém têm,
Nem fazem,
Nem tentam,
Nem se contentam,
então, sem iniciativa,
ninguém sai daí.

Não se flui,
Sem deixar fluir,
Não se há coincidências,
Todos os dias,
Até perco a vontade de beijar as vezes,
Tardia,
Moradia,
Matinal,
Nenhuma importa,
Nenhuma faz mal.

Não brinco,
Nem desbrinco,
Nem pergunto,
Já que resposta,
Não ganho nada,
Apenas risada.

Sem cor,
Não te vejo em mim,
Sem dor,
Perder não faz mal, por mim!
Nem odor,
Me acustumei com o cheiro.
Só se cheirar de novo.
Passou a vontade,
De ter um par novo.

13 outubro 2008

só pode ser ele.
só ele que faz este tipo de coisa neste tipo de momento imediato.

está me ajudando? não há como perceber.
é estranho, nunca ele faria isso,
nunca o Destino te ajudará,
te destrói, te corrói,
mas está lá,
a procura de alguém para esmagar.

eu já fui um dos esmagados.
o que ele quer agora para mim?
em troca de que?
nem Deus faz sem algo em troca,
ele pediu o sétimo dia para descanso.

ele criou para que nós humanos, retribuíssemos em compaixão.
enfim, o que você quer maldito?
maldito, maldito.

obrigado.

11 outubro 2008

"Evitar a felicidade com medo que ela acabe é o melhor meio de ser infeliz. Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo".
Mark Twain

09 outubro 2008

ladrilhar.
em trilhos nos vagões,
ladrilhar,
com fortes emoções.
caminhar...

07 outubro 2008

não digo, não digo, não digo,
por trás disso tudo há sentimentos escondidos,
pedindo para florirem como rios,
onde nem a correnteza nunca para.

onde a correnteza tudo leva,
nada fica, nada segura a correnteza.
leva e limpa,
tudo que estava sujo, se torna limpo,
claro, límpido, 
nenhuma pedra áspera,
todas lisas pela correnteza.

é aquele rio,
que eu estou ouvindo o seu barulho,
mais perto no terreno desconhecido,
no qual eu entrei.

mas que rio.
que grande e lindo rio.

06 outubro 2008

Em traços de confusões,
o sentimento se esvaindo,
perdendo direção,
perdendo sentido.

sem uma vela, nada fica iluminado,
você conhece o escuro se conhecer o lugar,
e mesmo assim,
bate-se em algo.

na escolha do caminho,
o mais fácil não é sempre o melhor,
o simples não traz felicidade,
não importa se é dificil, médio, simples, complicado

o que importa é
o que o coração sente e o que ele deseja para sua felicidade.

05 outubro 2008

eu não vivo
eu não fui feito para viver
eu teria feito milhões de coisas realmente emocionantes se eu não fosse alguém ético
eu não sou feito para grandes feitos.
eu não sou criado para fazer grandes crias.
nada é necessário na minha vida e eu sou desnecessário na vida das pessoas.
passo em vão,
como vãos de trem em trilhos e vivo como um caminho já traçado como trilhos.
não ganho emoções boas pq não há emoções boas e nem existem bom momentos.
não trago tristeza,
porque sou a tristeza em pessoa já que pessoas tristes me procuram ajuda.
não sou a confusão, 
já tenho a única certeza de que é seguir os trilhos,
passar como vagões e sentir a tristeza.
não tenho poesia em minhas veias e sim sofrimento em minha mente.
não escrevo para desabafar e sim confirmo o quejá existe dentro de mim.
não tenho uma barreira porque eu quero.
sou frio e tenho essa barreira porque a vida me deixou assim.
eu não conquisto,
eu não mereço,
eu não sobrevivo,
eu não consigo,
eu não alcanço.

estou livre de viver,
graças a Deus.

sem palavras para descrever vontades,
mil palavras para os desejos. todos em dúvida, um mundo cheio de incertezas. caímos em uma dúvida completamente sempre dependendo da outra. nada disso acaba retocando a maquiagem de sua personalidade. perde então fé, todos acabam perdendo fé nos outros, pois os outros decidem não decidir por nós, e nós ficamos sem decidir nada além de seguir em frente, perdemos fé porque ninguém deseja largar nada por você, enquanto você deixou tudo para trás para o outro. tudo por um momento. um bom momento. como somos loucos.

30 setembro 2008

Perde-se, perde-se,
Em caminhos oriundos obscuros, 
desafiando os dominadores da noite,
demônios atravessando meu caminho,
a procura de sugar o resto a energia vital que me ergue.

e me ergueu mesmo.
na chama acesa ilumo o labirinto,
os seres maléficos se afastam para se esconderem na escuridão.

em seus passos fundos
a procura de uma saída deste inferno de paredes,
desesperadamente ao encontro do que alimenta a minha luz.

o que alimenta a minha luz?
nada além do que a quebra das ideologias,
a quebra da frieza virando chama,
da parede de pedra se tornando areia,
tudo se tornando límpido e frágil.

e não é isso que ninguém deseja ser:
frágil.

28 setembro 2008

Em sua sincera absoluta expressão,
na maioria das ordem das coisas,
tudo em observação contínua,
comentários necessários ao mundo.

não existe mais.
não existe mais aquele comentário absoluto,
aquela verdade inaceitável,
se perde no fundo dos olhos da mulher,
a escuridão adentra e falta de senso se encontra,

perde-se o senso do comum.
e você se torna comum.
rege os sentimentos em si, e prende-se em gaiolas
gaiolas para assegurar que nada atrapalhe a natureza das coisas
ansioso e oscilante nos pensamentos, a insegurança predomina suas veias,
seu cérebro esquece de seus próprios ensinamentos e procura refúgio.

procura em ti a liberdade anterior, perde-se nos poemas posteriores ao olhar
daquele profundo escuro que é daquela mulher
a liberdade de escrever estas proferidas palavras
é assumir que realmente se perdeu.

fraco, fraco,
contínuamente irá repetir mesmos erros
derrubará sempre a própria barreira que nenhuma outra pessoa derruba,
sua frieza se torna chama e sua chama se torna frieza
apenas com o pensamento próprio.
nada move suas intenções que não seja voce mesmo,
tudo descontrola apenas por sua escolhe, talvez,
talvez o descontrole é feito para reorganizar,
pode ser bom ou pode ser o mesmo erro,
repetitivo e podre que há nesse mundo.

é amar, amar não é amar,
é apenas na escolha de abrir o coração pelas próprias chaves
escondidas em um lugar que não há possibilidade material de se alcançar
é dificil controlar como é tão díficil descontrolar.
não não não
parece a montanha que move amor,
não que o amor move montanhas.

descobrir-se é pior que desconhecer-se
a segunda opção te faz não ter culpa de teus erros e sim a inocência,
mas na primeira você vive com a culpa estampada no peito em cada
decisão compressa nas palavras, nos passos e nas escolhas.

não lidere tal desgraça,
apenas tente deixar fluir, esquecer,
saborear este sabor que tem em olhar
o fundo obscuro dos olhos daquela mulher.
talvez se ache por ali mesmo,
com algum beijo.
E por criar grandes sentimentos em pequenosa pensamentos conclui-se:

E essa é a falha humana.
É, pensar,
apenas aquela alternativa surgir,
apenas aquela pequena mínima rídicula,
é o PESO sobre ao acontecer.

a partir desse momento em que construímos a liberdade de pensarmos dessa maneira, nós deixamos que aconteça em nossas mentes. nós... perderíamos.

não se perde,
não se perde,
em mundos profundos,
as coisas não devem acontecer assim,
nos corações oruindos,
pequenas coisas não satisfazem grandes sentimentos.

mas pequenos pensamentos...
criam grandes sentimentos.

Não contribua

Não contribua
não contribua
não contribua
não contribua
não contribua e
não contribua.

20 setembro 2008

repensar. é uma das coisas que mais fazemos nesse mundo. pensar, repensar, refletir, observar, perceber, imaginar, tudo isso é uma forma de expressarmos o nosso modo de ver o nosso lado das coisas. o nosso lado que depende dos nosso choros, alegrias, mágoas, cada coisa a cada pequeno segundo passado e ato feito na minha vida, a minha personalidade é mudada. a cada destino decidido e a cada caminho escolhido estou me tornando alguém que será exatamente único por ter determinadas experiências diferentes em uma única sequência diferente da minha vida, idade, tempo, olhar, pessoas. cada coisa, cada folha não plantada e cada árvore sendo cortada é o destino sendo traçado. é extremamente... não sei dizer. cada milisegundo algo acontece, algum ato ocorre, uma letra é digitada.

12 setembro 2008

percebe-se?

eu quero perceber,
que a mais bela coisa do mundo é crer,
crer no amor,
crer em você.

aquele antigo sorriso,
é o que prescinde ao meu coração,
um coração escondido,
e por dentro corroído,
no peito, cheio de destruição.

é deste sorriso,
que resiste um resquício,
da esperança em crer,
nas coisas mais belas do mundo,

amar, sorrir e viver.

corrompe cada vez mais a indiferença,
presunçoso, fico.
cada vez mais penso que apenas existo.

existo para estar.

10 setembro 2008

Viajante Sombrio

Desapareço. Em vias estreitas, caminho de chinelos sem a menor pressa. Ocorre eu colocar um cigarro na boca, mas estava sem esqueiro, e o cigarro continuou na boca, não aceso. Continuo caminhando me enrolando no capote tentando me livrar da ventania. Dobro esquinha, outra via estreita. Começo a subir algumas escadas na qual estão, se não me engano, em espiral. Alcanço a casa e fico por horas olhando para a mesma e o cigarro na boca. Queria acender mas a noite não convinha com o momento de pedir fogo a alguém. Era tarde e as calças estava molhadas da chuva que havia ocorrido antes de que eu saísse. Entendo que, já era minha hora, pois luzes se acenderam e um homem velho, saiu da casa sorridente pela noite bem aproveitada. As cicatrizes o lembrava dela e seus cabelos negros. Desde aquele dia não saia da cidade e se prendia na podridão da rua. Aquele mulher não saia de sua cabeça.

08 setembro 2008

Ah, o mundo.
desafloram e perpetuam nas tuas paredes grossas e lisas.
deslizam em energias vitais pelas linhas do pensamento,
que romancista.

pessoas morrem dia após dias,
semana após semana,
porra nenhuma nessa vida se ganha,
enlouqueço em pensar que tem lógica,
morrer no bueiro,
se suicidar no banheiro,
ser atropelado por um caminheiro.

mas que belo.
mas não se preocupem meros bastardos!
Deus é justo, haha.

29 agosto 2008

08 agosto 2008

Outro prisma.

está florindo.
em outro prisma,
que estranho,

porque tantos assim?
outro está florido.
outro floriu,
e mais está florindo...

carência, carência,
acorda pra consciência,
rapaz.

olha seu coração.
cheio de solidão e confusão.

06 agosto 2008

Prisma.

na luz branca e nula.
compartilha um arco-íris,
olha, olha, todas as cores vindo,
está florindo.

meus pêsames meu querido.
vamos nos controlar, volte até mais, até logo.
cores voltam ao normal.

tire o prisma e vê.
tem que saber mexer.

02 agosto 2008

Viajante sombrio.

Nas mais fétidas estalagens, num teto apodrecido pelo tempo e entupido de teias de aranha, sustentado em pilastras de madeira velhas. Ali estava uma mulher de cabelos negros, semi nua, lavando algumas roupas em uma bacia cheia d'água. Eu estava coberto.
Levantei e percebi mais o quarto obscuro. Eu estava nu e coberto e minhas roupas eram as quais a mulher estava lavando. Ela nem percebia, estava coberta pela parte apenas de baixo com uma saia e sua camisa estava sobre a mesa. Via suas costas nuas e lisas, perfeitamente alinhada. Seus cabelos negros escorriam até os ombros e talvez caissem mais na parte da frente. Provavelmente uma prostituta. Mas tanto faz para o viajante sombrio. Ele estava vivo.

01 agosto 2008

Viajante sombrio.

Era uma vez um viajante sombrio. Sombrio e puritano. E na longevidade nas estradas da idade média onde o antigo mundo ainda reinava sobre todos, ele viveu uma pequena lenda. Mesmo sendo sombrio e puritano. Na maioria das vezes, seu coração reforçado de correntes atreladas a mão, grossas e calejadas pela experiência neste mundo, tinha uma pedra na área cardíaca.
Seus sonhos... bem, seus sonhos eram nenhum nada demais, nem super desejado assim. "Na vida não se deve ter expectativas" dizia. "Pois sempre o que acontece é o que não espera, assim, ao desejar o pior e na hora acontecer o que voce gostaria que acontecesse de melhor, finja estar surpreso".
O viajante sombrio, com suas velhas botas doadas por um soldado da alta escala religiosa, as cruzadas, sua espada herdada da família, com o sobretudo e o cajado, caminhava sempre na direção certa. A que não tem fim. Viajava, viajava, vivia de barganhas e carnificinas até que um dia, em das suas caóticas visitas a uma taverna, ele recebe três facadas por um velho fajuto.
Cai no chão onde se espalha sangue a espera de sua morte.

31 julho 2008

Sem vida [2]

morto.
roxo, preto,
escuro, mofo,
podre, sujo,
fechado, noturno,
guardado, profundo,
num mundo resguarda,
a minha alma.
Sem vida.

27 julho 2008

humanos, bléééér.

25 julho 2008

um velho sábio diz:
-veja a resposta em você mesmo.
-mas eu me vejo pelos outros.
-então cometa suicídio. você não tem uso pra você.

24 julho 2008

na mais fria calada rua a noite,
andava em becos arrastando a minha alma,
que de várias cortes e cicatrizes tinha pelo açoite,
açoite da vida.

uma chuva que cai do céu,
aquela nostalgia,
tudo era negro, luzes amareladas,
e a mente rugia,
por gritos.

rugir por gritos,
gritar com um rugido.
o leão daquele coelho,
por dentro daqueles pêlos,
existia um ser nibido e inibido.

destrói, corrói, aflinge.
sentir um corte,
sentir um choro, uma melancólia,
sentir tristeza, ódio,
sentir açoite, o corte,
sentir a morte.

monumento funenário,
meu rosto sorrindo na lápide,
minha data de nascimento com a morte indeterminada.

amanhã, depois, de noite,
agora.
vou esperar a morte,
pra que me mate e vá embora.

um por-do- sol vermelho,
o céu e o inferno num lugar só,
o vazio por dentro se esvaindo.
que alívio, que alívio,
mas ao olhar, não era sentimental,
era sangue saindo pelo açoite tomado pela alma, feita pela morte, sentida sem nenhuma sorte, sem sorriso, música, melodia, estrofe, cifra, silêncio, nem paz.

viver sofre.

23 julho 2008

não precisa de mim né?
nunca precisou!
nas difamadas frases sobre o amor!
você nunca usou
com maior sinceridade.

claro que não,
sei que não,
eu percebi,
nem amigo eu sou,
nem colega, ou conhecido,

apenas mais um despercebido!
por mais inveja que matasse,
eu tenho de você,
por achar que conseguir te entreter.

coitada, morra.
esnobe.
não, ele precisa de mim.
mas ele que decide.

então não quero.
que dia é hoje?
- é dia de viver a vida!
que dia foi ontem?
- o dia de recordar lembranças!
que dia é amanhã?
- o dia de sonhar com o mundo!

que ilusório.
vá beber.

22 julho 2008

ando devagar, pq já tive pressa,
levo esse sorriso, pq já chorei demais.

mentira, no sorriso,
continuo sério.

e eu também não choro.

21 julho 2008

nos ventos do litoral,
mar azul-esverdeado,
diante do pôr-do-sol e uma praia.
eu corria criando pegadas,
ela ali, tudo um sonho,
ondas, um silêncio gostoso.
tropecei.

16 julho 2008

A nossa verdade

Pessoas vivem, pessoas morrem,
Algumas até sobrevivem,
Todas num curto período já dizem:
"eu vivi bastante"

Elas se acham experientes,
Acham que está madura a mente,
Mas quando vem o perigo a frente,
Correm para um amigo que lhe console.

Todos vivem em função de sociedade,
Mas dizem viver em função adequada a idade,
Outros em função do amor, mas todos sabem,

Que nós vivemos em função de nossa verdade,
Só não sabem, que sabem,
E essa verdade se esconde,
No coração da humanidade.

Vejo

ao meu ver,
não consigo ver nas pessoas,
o que elas querem ter,

mas ao pensar,
eu percebo que eles sempre pensam a mesma coisa,
nas suas palavras,
sempre saem as mesmas intenções,
nas suas boas ações,
sempre tem duas interpretações.

ao imaginar,
que alguém é aquilo,
eu sou isso,
e você piriquito,
nada disso tem sentido,
já que todos,
tem os mesmos valores e princípios.

a procura de se diferenciar,
caracterizar, transformar,
e não mudar a forma de pensar e desejar,
não faz você ser único,
desigual, muito melhor,
ou bem pior.

porque você é igual todos em querer,
amor, amizade, felicidade, não importa.
não há conceitos seus em você.

20 junho 2008

frio, como a ventania,
aquela velha brisa cortante,
deve-se ser.

ao cortar os carinhos,
de uma amizade,
de uma paixão.

Pesadelo

não consigo enxergar.
não me acho, onde está a laterna ligada?
um feixe de luz salvo,
atrás da minha cabeça.

não consigo me mover,
não me encontro, onde está minhas mãos,
meus dedos, meus pés?
um tremor em mim, me faz sentir,
que existe algo dentro de mim.

eu ouço vozes, mas não consigo discernir,
é homem, mulher, ou está dentro de mim?
ela vai se apropriando a características especificas,
aquele tom de voz diferente,
isso me faz identificar, que não sou eu.

pesadelo.
nas belas palavras.
sempre na dedução diferente,
varia, a cada ida e vinda.
nenhuma condiz com o que a mente quer.

ocultadoras.

pensamos em falar,
não agimos, no querer.
a vontade de esquecer
o que deixamos ou acabamos fazendo por fazer,
desconfie,
nunca deixe de duvidar.

falsários.

todos são, e a maioria não sabe.
quem sabe, é esperto,
quem não sabe é no incosciente.
mas todos,
a procura de ocultar o que fazem,
e a mostrar o que pensam.

idealismo não se vende,
não se faz,
se transforma no que você procura deixar de procurar.
no que voce procura esquecer, ou não ter que fazer.
idealismo é formado por atos que já fizeram parte,
parte de voce algum dia,
um pedaço. pedaço que sai para o pensamento idealista.

sofrer.
o que todos nós tememos, e nunca esquecemos.
não se sofre sem querer,
apenas se você quiser sofrer,
vai ter o que você precisa.

as pessoas incoscientemente precisam sofrer.
nem todas procura, mas querem um dia sofrer,
mesmo não querendo, o incosciente,
julga merecer.
e então, não se volta atrás.

na vida,
as palavras da vida, na vida,
não tem sentido, já que falamos tudo
que tenha relação a morte.

na morte,
é onde tem o maior medo,
apesar de que é o único sem sofrimento,
você não sofre com o depois,
você não conhece o depois.
o maior medo de morrer,
é o maior medo de perder o que você tem agora.
depressivos não são suicidas.
eles não tem nada, para que temer?
não tem o que perder,

nós achamos que temos.

temos medo de perder o materialismo
e tudo que tentamos ter.
tudo que tentamos criar,
nada disso vai adiantar,
porque, obrigatóriamente,
nós vamos morrer.

mas só queremos morrer.
quando tivermos tudo,
tudo que imaginamos ter.

é seguidamente um ciclo vicioso.
realidade contra surrealidade.
ou a surrealidade é a realidade,
e a realidade é a surrealidade.
tememos ver o que não podemos enxergar.

tememos enxergar o que alguns não conseguenm ver.
um pelo desconhecido,
outro, pelo não ser tão comum.

nada diferente faz sentido a nós,
porque o criamos,
é o mais seguro para todo o mundo.
e o mundo, não é você.

mas você pensa que é.

17 junho 2008

A vida é bela

blá-blá,
flores cheirosas,
matas verdes,
crianças mortas,
mulher estuprada,

olha, o passarinho e o ninho,
coisa linda,
uma motosserra na árvore,
destruindo aquela terra.

maravilhas aquele céu,
tem um avião... tá vindo pra cá?
olha, caiu naquele arranha-céu.

crianças morrem de fome,
que banquete tem na minha mesa,
nunca tinha comido caviar com calabresa.

e a vida é bela.

14 junho 2008

Cecília

lábios a sombrancelhas finas,
vaidade indefinida .

escondida entre os mais tecidos e máscaras da timidez,
a menina de olhos pequenos te olham mais de uma vez,
nao sabe ver em que sentimentos os olhos querem mostrar,
da menina dos olhos pequenos e cabelos negros .

ao encurtar os pés e falar pouco sobre seus convés,
esconde seus incomodos, rir pra si mesma, talvez .

cantarola as musicas por quais se identifica,
acredita que nas melodias,
talvez encontre fases de sua vida,
que em suas letras, escritas por verdadeiros poetas da escrita,
demonstrem os sentimentos imbutidos daquela menina,

dos olhinhos pequenos que te olham a cada sua distraída,
querendo esconder, mostrar ou nao fazer perceber,
o que aquelas musicas e seus olinhos signifiquem para sua vida .

13 junho 2008

Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Pensam ansiosamente no futuro, esquecem o presente e acabam por não viver nem o presente, nem o futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.
- Dalai Lama

09 junho 2008

Que mundo.
Palavras oriundas, vazias,
Dissertações, profundas, reflexivas.
Ao nada.

Mundo.
Mundo onde as palavras ecoam ao vazio,
Pessoas amaldiçoadas pelo profundo frio,
Escondido no seu coração,
Por não mais sentir mais nenhuma emoção.

Nas oriundas palavras,
Busca sentido das malditas ações,
Que hoje corrompem os corações...
Da humanidade.

Mas que porra nenhuma!
Nada tenho ver com essa vida,
Nem com a sua,
Deixa eu dormir na minha cama,
Ver tv, assistir uma trama.

03 junho 2008

Algo

Ambigua,
Consica,
Destemida mente,
Arregaçada,
Cansada,
Desregulada,
Eminente,
Na caçada,
A procura,
Ficcionada,
Por um motivo,
Que te acalma,
Diante das vida,
Das destruições,
Das ilusões,
Em que um dia,
Há um puro coração,
Onde amor,
Vence sempre,
Há um louvor,
A amizade e confiança,
Mas nada disse vive,
Nesse mundo, não existe,
Algo que nos dê agrado,
Desconfie de todos,
Até desse poema,
Ou do parceiro ao seu lado.

02 junho 2008

Encontro

Tempo corre. Continuo caminhando com pressa de que eu chegue logo ao local. Olho novamente para o relógio e mostra - rachado - que ainda há tempo. Eu poderia ter me apressado antes de ter saído de casa.

Acordei com pé esquerdo. Ao olhar meu flat de relance, percebi a bagunça que estava e fiquei com preguiça de procurar o jornal. Deixei de ler e fui fazer o chá. Encontrei o maço de cigarros no armário de temperos. Tirei um e acendi enquanto fazia o chá. Precisava encontrar minha roupa. Voltei novamente para o quarto e abri o armário, onde botei uma calça social azul, por cima do pijama, encaixei o cinto e botei uma camisa também social, mas branca. Me virei para a cama. Ali não estava. Olhei por debaixo, na cabeceira ou na escrivaninha cheia de papéis. Não o vi. Cadê minha gravata, meu terno? Procurei aos arredores, fui no sala e cozinha ao mesmo tempo, só roupas comuns no sofá, pijamas na antena da tv, nada, nada de palitó. Desisti. Fui fazer meu chá.

Aprotei o chá, sentei no sofá, liguei a televisão. Não passava nenhuma coisa que de interessante. Surgiu um livro debaixo da tv, de capa preta. Abri para ler, sem muito comprometimento, folheando as páginas devagarinho. Um pedaço de papel. A data, o horário, o local. Sinto uma ponta de suor, escorrer da minha testa até meu queixo e percebo que meu nervosismo já está comigo antes de eu mesmo sentir. Levanto-me. Meu palitó tem que estar aqui.

Ele estava embaixo do armário do banheiro. Foi fácil achar, deu vontade de ir no banheiro quando comecei a procurar, logo quando deixei o livro de capa preta em cima da cabeceira do quarto. Peguei o livro com a mão, busquei meu relogio na gaveta, pus no pulso, fui em direção a porta, meu sobretudo me esperava lá e saí. Não dava tempo de ir de metrô, o local não era tão acessível por isso peguei um táxi. Atravessei a rua procurando minha carteira que por um momento deixei escapar a lembrança dela ao lado da xícara de chá.

Quando retornei a rua novamente, dobrei-a rapidamente. Andava com velocidade, tinha que chegar a tempo, não sabia que isso já tinha chegado. Tenho que me apressar. Corri praticamente as escadas do beco, quando um táxi passou exatamente na minha frente. Chamo-o deseperadamente. Torrie Effiel, eu aviso rapidamente, ele acena com a cabeça e começa a dirigir.

Salto na entrada da praça, e comecei a caminhar com pressa que era onde eu tinha parado no ínicio.

Hoje era dia domingo, estava de férias, início de ano, deve ter uma multidão com trocentos turistas, barbudos e lambusados de comidas francêsas entre os pêlos do rosto, aquela velha filmadora preso no pescoço, com um chapéuzinho de sol e a padrão camisa regata florida. Encontrei o que se encaixava exatamente com minhas expectativas. Turistas.

Depois de uma análise rápida encontei um local com menos gente, perambulando por aí, falando sobre coisas geninais por qual não vejo graça nenhuma. Sento-me num banco próximo, procuro o livro de capa preta no sobretudo e no instante em que iria abri-lo, um turista pergunta onde poderia ter um almoço bom. De maneira gentil respondo rapidamente que na esquina existia um pequeno bar com petiscos maravilhosos que deveria experimentar lá e finjo estar lendo o livro, pois, rapidamente abro numa página qualquer e começo a encaminhar meus olhos de uma lado para o outro. O turista sai, percebe minha falta de paciência em responder suas perguntas.

Eu estava ansioso, contava dentro de mim os dias para chegar o momento. Pensava no que fazer, e esquecias nos meus copos de uísques e cochilos enfrente a televisão. Não procurava muito modificar o fato, já que minha displicência é completa. Meu trabalho nunca foi tão divertido nessa época, esquecer do tempo, o tempo passa. O tempo corre, esqueço do tempo e esqueço da vida. Papéis, caneta, papéis, caneta, riscar, rabiscar, tudo isso se tornou um analgésico. Depois de 3 meses aguardando o hoje, me encontraria com ela, depois de uma briga. Correu de casa chorando, por uma besteira, cíumes, desconfiava de mim e aquela reclamção de sempre sobre o meu desleixo. Aqui, ela apareceria e eu pediria desculpas e mudaria tudo.

Mas não foi ela que apareceu. Um homem de terno preto e gravata vermelha aparece andando apressado segurando uma maleta de couro e suava muito. Quando me viu, acelerou mais ainda seus passos e sentou-se no banco limpando com a manda da mão a testa ensopada. Um bom dia foi falado rapidamente ao mesmo tempo em que abria a maleta com feixes prateados fazendo um 'clic' como barulho. Ele abriu a pasta, tirou alguns papéis, um caneta, mais alguns papéis e me entregou.

Um divórcio.

Imagem

Que infame de pensar que em algum ponto,
A imagem não lhe faz efeito,
Faz sim,
Dependendo de quem a passa,
Tudo trasmuta e você também,
É bom aceitar.

A imagem faz efeito, faz sim,
Não importa qual ela é, qual ela fez, ou por quem fez,
Alias, importa sim, por quem fez,
Importa e não importa.

A maravilha das palavras entorta ou desmonta a confiança e paixão de anos em atuação.
Cuidado, cuidado com elas,
Podem te matar, te conquistar dependendo do que irá falar.

Imagem importa sim,
Imagine uma amizade destruir a sua imagem.
Algo de errado está aí,
Porque as pessoas elogiam a quem estão andando por aí.

Imagem importa sim, e não importa,
Se for aquele velhote, ou aquele jovem da esquina,
Que fica falando mal de todos ou só de sua imagem,
Talvez porque deseja ser igual ou porque não tem coragem,
De tentar formar alguma imagem.

24 maio 2008

23 maio 2008

Riso irônico

Ria,
Oh querida, não se preocupe com o significado,
Não entenda minha risada, que de fato
Te incomoda.

Rirei sim,
Ria também, de tuas barganhas,
De tuas façanhas para me manipular,
Irônia sim em pensar,
De que está ali para ajudar,

Por que não pra se ajudar?

Ri novamente,
Quando não convém com o momento,
Se irritam por não valorizarem o seu momento,
Mas eu o valorizo?

Seria magicamente lindo,
Se você flutuasse,
Ou as águas do mar se abalassem,
Quando suas frases soassem
Nos ouvidos das pessoas.

Mas são apenas frases,
Letras e conselhos,
Ditas por seu próprio eu,
Procurando se defender
E manipular o que deve ser e ter,

Tudo pelo seu agrado.

Convenhamos!
Hahahahahahahahaha,
Ria querida, ria!
hahahahahahahaha....

11 maio 2008

Diário do Andarilho

Uma vez ouvi uma história.

A história contava sobre um grande sábio. Um sábio que conquistou muitos seguidores. Ele se tornou famoso no reino e era considerado uma das pessoas mais importantes da época. Com apenas uma média de 40 anos ele já tinha conquistado quase todo o continente. Foi construído uma cidade sagrada em qual ele vivia.

Este sábio então assegurou e ajudou muitas pessoas. A cidade foi construída e ele estava em todos os detalhes. Na celebração da construção, o sábio, chora. Milhões de fiéis se encontravam diante dele e estavam observando a atitude do profeta. Alguém então, gritou:

- Por que choras mestre? Pela satisfação da cidade? - pergunta um fiél na multidão.
- Não. - responde secamente o sábio e continua em seus prantos e soluço.
- Então choras por ter conquistado milhões de fiéis? - pergunta outro.
- Não.
- Por ser considerado um dos mestres mais importantes do continente? - insiste o segundo fiel.
- Não.
- Então por que estás chorando?

O mestre então se pôs diante de todos que pararam a celebração e, por um momento, voltaram-se para ele, aguardando a sua resposta. Assim o mesmo, disse:
- Choro por minha mulher nunca ter me perdoado por ter saído de casa.

09 maio 2008

Diário do Andarilho

Preciso parar de pensar um pouco. Foi o que decidi depois de passar alguns meses no mesmo lugar. É sempre sistematizando alguma coisa aqui, aculá, procurando descobrir porque as pessoas reagem de determinada maneira, determinada fala, ação, expressão. Sistematizo que todas as pessoas foram desleais antes de ser leais, os princípios naturais não existem, já que definimos também o natural. Mas o pior de tudo é que é verdade. Na maioria das vezes acerto e então concluo que não temos sentimentos, são reações de uma probabilidade gigantesca entre experiências que viveu, momentos que quis chorar e quis se mostrar forte forma a si mesmo. Somos definidos apenas por definições. Mas cada probabilidade forma cada indivíduo que quebra determinada definição. Cada um quebra uma definição ou duas, iguais ou diferentes, mas vivemos mudando um pouco do igual. Nunca somos todas as definições se percebermos realmente a questão. Até os mais perfeitos exemplos sociais, tem em falta uma ou outra definição, ou uma quebra. Não é forte, nem tem aquele cabelo ou cor de olhos. O corpo, modo de falar ou ideologia. Algo é diferente. E isso que faz o destaque da pessoa na sociedade.

Assim adivinho. Adivinho vendo essa pequena definição que você quebra. E apenas questiono, porque, para que, como. Isso o caracteriza como pessoa. Mostra seus problemas, suas qualidades, apenas por estas poucas/muitas definições que você quebra do igual.

Que tal hoje acreditar em sentimentos e brincar no parque dizendo que a definição criança é apenas em ação e não em mentalidade?

04 maio 2008

Tic Tac

Tic tac.
Comédia. Irritação, inquietação,
Tic tac.

Não consigo dormir com esse cérebro fervoroso.
Ah, que sentido eu sinto, no sentir a saudade.
Que sentido eu tenho ao sentir frieza que percorre meu corpo.

Que caminho eu devia seguir, asfaltado, esburacado.
Qualquer pedra em qualquer caminho, faz o carro ser desviado.

Desvia ao cair no derrareiro, ao bater na árvore,
Simplesmente ao entrar na contra-mão, entrar de frente com outro.
Bater de frente com outro, problema é.
Se machucá-la, pior ainda. A culpa será minha.

Ao bater, se bater, serei obrigado a chamar a emergência.
Se a pessoa não tiver capacidade, ou até causar morte.
A culpa será minha.

Tic, tac.
Só em meu carro tem isso.
O carro que percorre o caminho.
Rebaixo ele, envenenado e saio tirando onda como o melhor,
O melhor de todos os carros.
Mas é um Uno envenenado.

Um Stilo normal vale mais.
Tic, tac.
Não vem do relógio.
Não tenho horas.
Ele geme, isso traz insegurança e...velhice.

Geme, balança,
Tic, tac,
O barulho do motor desgastado.
Que comédia,
Acreditar que vale muito esse carro,
Que irritação,
Ter que ouvir esse barulho,
Tic tac,
Toda hora.
Que inquietação,
Andando na estrada de asfalto ou esburacada,
Tanto faz,
Ao depender da pedra eu bato do mesmo jeito.

Nas mais belas flores encontramos sua obsessão: ao serem tiradas do jardim onde elas mais querem estar, elas deixam de ser o que eram para sempre pela sua perda, ou seja, murchando.

28 abril 2008

Diário do Andarilho

Mas um dia como o outro. Ao perceber o quanto fui humilhado, humilhado por mim mesmo, nada mais me interessa. Um dia igual ao outro. Me aproximo para a praça recito poemas e frases bonitas de livros que já li para receber trocados. O dinheiro é diretamente usado no bar onde me sento todos os dias. Volto para a velha tenda, e deito-me bêbado, no antigo saco de dormir.
Acordo para ir em direção a praça. Ao chegar lá, recito poemas e frases bonitas de livros que já li para receber trocados. O dinheiro é todo gasto em bebida em um bar. Volto a dormir. Todos os dias são iguais.

Tudo isso pelo fato que me ocorreu a um mês mais ou menos. O cigano me pega de surpresa. Ele se aperfeiçoou de mim e eu me acustumei com ele. Fui humilhado por ele e por mim mesmo. Por mim, por ter errado em achar que ele não faria nada surpreendente, fui egoísta. Por ele por ter me pego de surpresa, claro. Agora vivo meus dias assim. A solidão convivendo comigo.

A cidade já estava acustumada com minha personalidade que de repente mudou. Brigas e mais brigas, anti-social, grosseiramente chato. Todos se assustam ao meu a redor e pouco me importava com isso tudo. Desacreditava por tudo que já acreditei. Deixei de escrever. Voltei a alguns dias por paixão, e não por fé. Continuo como estou mas vivo por escrever. Minhas poesias do bar saem horríveis. Mas as pessoas choram, com que razão? Poemas fétidos que os escrevia quando não estava são. Teve um que me deu dinheiro para beber por uma semana. As vezes penso o quanto sou ainda egoísta. As pessoas também devem sofrer com os mesmos problemas ou piores que o meu. Não me importo.

Na verdade, deixa eu tomar meu vinho. Mais um dia igual.

Prazer...?

Penetrante, cortante,
Brisa gelada ao meu rosto.
Uma fita de sangue lhe cabe ao rosto,
Prazer.

Caminho ao barulho da neve,
O afundar de minhas botas.
As brancas árvores que têm
Suas belezas escondidas
Pelo fino gelo.
Sozinho, sem destino,
Sem vozes.
Prazer.

Sento-me na pedra,
Disperso em pesamentos,
Refletindo sobre algo e nada.
E percebo no que acontece,
E me indago:
Por que sinto prazer?

27 abril 2008

Alguém

Ao ter alguém fui este alguém,
E este alguém não quis ter outro alguém,
Por que então eu fiz isto?

Ao tornar ter alguém,
Me tornei este alguém, que também,
Não quer que eu me torne,
E qual meu propósito em fazer isso?

Eu sou ninguém?
Para querer ser algo que não sou,
Significa procurar algo que me identifique,
Um camaleão.

Este é igual as cores por qual passa,
Eu, então, sou igual as pessoas por qual passo.
Onde estará o meu alguém?
O meu alguém, que não é de ninguém.

Só meu, mas não o vejo.

18 abril 2008

Bolear o ser

Tamanha besteira,
Amizade, amor,
Tudo brincadeira.
Que ousadia, criar nomes para instintos.
Pesara em achar que tudo era lindo,
Que o mundo era cor de rosa,
Todos tem boas intenções, todos sorrindo
Diante das alienações do mundo.
Alguns se acham intelectuais,
Pensam que ler demais, fazem se tornar demais.
Alguns se acham bonitos,
Que ser desejado demais, o faz demais.
Tamanha estupidez, em achar que tudo
É tão fácil assim.
Tamanha estupidez em achar tudo de uma maneira tão... estúpida.
Procuram formas estúpidas de se comunicar com estúpidos.
Se entrosar.

Ao que pudes perceber, sou um assim,
Mas que rebeldia não querer ser.
Apenas tentarei... não mais viver
Querendo entender o que dizem crer.

16 abril 2008

Persistência de pernas dormentes

Estava numa estrada.
Caminhei e despercebido,
Caí num buraco, numa vala.
Aquele mesmo que desci
Da ultima vez que estava aqui.
Ninguém vem a me ajudar,
Teria mesmo que me virar,
O que fazia ali sozinho,
Não sei,
Porque estava só,
Não tinha a mínima idéia,
Apenas caminhava por alguma coisa por qual não lembrava.
Que pena, por causa disso caí aqui,
Numa vala escondida,
Onde ninguém imaginava estar onde está.
Só tenho algo dizer, a mim mesmo,
Diante da minha frieza, que seria:
Meus pêsames.

13 abril 2008

Sintonia

Oh, menina de leveza sintonia!
Estranhamente passou como da última vez,
Onde com outra já se apareceu,
Mas, vamos ver o que os seus olhos me dirá.

Será igual da ultima vez,
Onde com a outra teus olhos tinha dito?
Minha capacidade de enxergar o que já vejo,
Diante da íris por qual tudo se revela
É bom.

Mas não errarei no diagnóstico como da última vez.
Me custou um coração partido.

10 abril 2008

Velhas palavras sofridas

Infames conturbações,
Para tentar decifrar as apologias da mente,
Pois o homem mente,
Ah, embriagações dos sentimentos,
Causam esta confusão,
Traz um desalento, uma reflexão,
E medonha ao meu ver,
De que homens não são confiáveis.

Quem ponderás a bondade e a maldade do homem,
Se o própria se contesta, se o próprio se manifesta
De maneira incontrolada?

Velhas palavras de uma alma sofrida,
As vezes há uma razão,
Simplifica com esta frase:
Todo homem mente.

09 abril 2008

Sozinho

Hum... só,
Não recebo respostas de meus chamados,
Sou ignorado.
São ignorantes, grossos,
Titubeio então a falar novamente,
Pertuba minha mente.

Que em vão, proponho-me a pensar,
Se há algo que tenha que fazer,
Para me responderem.
Valores diferentes,
Cada um com seu Universo,

É melhor, como está,
Darei um valor real a solidão.

Opaco

É, desabafos,
Desânimos criativos.
Nada, tudo,
Amor, escuro...
Escuro... o escuro do coração,
Escute a alma e sua canção.

Opaco, está seu interior.
Sim, está a desejar,
Mas, ninguém deixar a desejar.
Valores diferentes,
Já que para mim, está a desejar,
O opaco.

Isso é oriundo do nascimento.
Nascemos assim,
E quando morremos,
Ficamos assim.

Opaco é oriundo da alma.

08 abril 2008

Vôo

O tempo voa sem a gente perceber,
Leve, atravessa o ar sem cortar,
O vôo leva tempo para estabilizar.

Dinheiro não é tudo

Quem você pensa que é?
Só porque ganha dinheiro,
Diz que tem carro maneiro,
Casa mobíliada, uma lancha até,
Desconfio da sua qualidade,
Se isso pra mim traz felicidade,
Acredito na espiritualidade,
E não nessa farsa de quantidade,

De que o material é o mais valorizado,
Do que uma vida com o amado,
Ou amada,
Quem sabe isso até pode dar uma ajudada,
Mas com certeza não satisfaz
Os seus mais primordiais dos instintos,
Você sabe muito bem o que lhe digo,
É a amizade, o amor, viver sem medo,
Se entrengar a um amigo,
Se declarar a vizinha que você sempre quis um beijo.

Tá achando que terno te deixa mais bonito?
Que o palitó e a gravata te deixa mais atraente?
Acho que não,
Só se for para as mulheres só querem saber do ouro em forma de brinco,
Gente da sua laia, que não importa sua feiúra,
O que importa é o que tem no banco, no talão, no dinheiro,
Bote fé, ela não é crente,
O dinheiro que ela pede não é pra ajudar instituição carente,
Aqueles seios não são naturais,
E não são virgens, já foram pegos por muita gente,
Gente da sua laia, que não importa sua feiúra,
Tem que sustentar essa mulher que se finge de crente
E alguns meses depois se torna viúva.

Por que será que todos que casaram com a mulher de Deus,
Foram lá visitar o Senhor?
Quem sabe ela convenceu de que acima de tudo,
É o amor,
Ou falou que a fé vence mais do que ter talão de cheques,
Mas saiba lá Deus, que já conheceram os falecidos,
Que usavam o terno, o palitó e a gravata,
Que achavam que eram atraentes e bem bonitos,
Descobriu porque quiseram deixar a mulher com todo o dinheiro.

Não esquenta, eu sei que agora você entrou em desespero,
Não sabe o que fazer com tanto dinheiro,
Já que não é mais isso que você valoriza,
E sim uma boa mulher na sua vida,
Só não seja besta, não dê tudo que você tem a ela,
É melhor salvar crianças carentes,
Do que deixar que ela use tudo em cremes.

Quer dizer, é melhor trocar de mulher
E conhecer alguém que não saiba nem do seu dinheiro,
Que te conheça sem o terno, sem qualquer apetrecho,
Que veja quem você é realmente,
Que o valorize não pelo que você têm,
Mas pelo que você é,
Bom, isso já é meio difícil, já que você sempre foi um mané!

É quem procura a vida no dinheiro,
Perde o direito de viver sem receio,
Todo mundo que chega perto,
Você já acha que é algum esperto,
Que deseja pegar a sua grana,
Ou que deseja te deixar em cana.

Por isso sou feliz,
Mesmo não sendo rico,
Eu sei que é melhor do que viver
Com medo de que o meu próprio amigo,
Suma com o dinheiro e a mulher que vivia comigo.

Mente limpa, uma pessoa tranquila,
Isso é o que eu sinto,
Não me preocupo com o que não tenho,
Nem o com o aluguel,
Eu vivo sabendo que tenho que trabalhar,
Para conseguir o que eu preciso,
E isso vai satisfazer minhas necessidades,
E não terá ninguém que se interesse
Pelo meu carro sem ar-condicionado,
Pelo meu cabelo roliço,
Pelo meu corpo redondo.

Sou apenas um homem que valoriza as coisas boas do momento.

03 abril 2008

Armário Mental

Cheio de teias, sujo, poeira
Range a porta ao ser aberto,
Muito mal usado,
Pouco utilizado, então,
Nao guardarei aí minhas roupas.

Minhas coisas antigas estão aí,
Aquela velha moda, me sentia bem,
Não sou mais aquele que já fui,
E nem serei mais o que estou sendo agora,
Passa, modifica.

Ao ranger, outra porta é aberta.
As gavetas, guardados os objetos, momentos pequenos,
Aquela meia suja, que tenho vergonha de mostrar,
Dou risadas daquilo que já tive vergonha,
Tenho vergonha daquilo que irei rir ao futuro próximo,
Passa, modifica.

Poderia limpá-lo,
Renovar minhas roupas,
Usar as mais antigas, que tal
A moda que eu me adequar melhor.

Poderia me sentir bem como eu me sentia,
Mas me sinto bem como me visto agora,
Qual a intenção de se sentir bem como já me senti
Se sinto bem com o que eu estou sentindo agora?

Confuso, fico, qual a diferença?
As roupas antigas, as novas,
Novos estilos, antigas gírias

É, temos medo de nosso passado,
Escondemos nossos erros
E nao queremos adivinhar o nosso futuro,
Não comentamos do que acontenceu,
Como não podemos comentar do que não aconteceu
As vezes choramos pelo que já ocorreu nesta vida,
Choramos sem saber o resultado de um exame,
Quem sabe a morte, quem sabe a vida

Medo, medo, medo!
Coragem só existe, se existir o medo,
Dizer que existe imperfeição
É justificar que existe perfeição,
Mas se não existe, nao há,
Se não há, não tem o que preocupar-se

É este instinto que desperto ao relembrar,
O que encontro nas gavetas,
Nos cabides, no ranger da porta.

O medo de mostrar a verdadeira face.
Toda a vida da dicas para mostrar
O que verdadeiramente sou.
Assim ocultamos parte de nossas vidas
Buracos ficam nas histórias
E nada podem identificar,
Os outros, os amigos, os pais,

Nem eu.

Molecagem

Palavras lindas, maldita seja,
Imaturidade proclamada, ações incovinientes,
Risada, façanha, molecagem,
O que procura diante destas faces?

Ah, tamanha sem vergonhice!
Beleza infinita não adianta,
Sua atenção precisa ser suprema.

Olha isso! Que meninice...
Não adianta avisar, nem conversar,
Que cegueira, que insensatez,
Mas que besteira, avisar!

Vê as maluquices.
É, não tem jeito,
É, esquece.

Ali sempre será criança, de qualquer jeito.

02 abril 2008

Olha o garoto,

Ao atravessar a Av. Manoel Dias,
De bicicleta vermelha e azul,

Desbotado,
Vestido com calça jeans, chinelos e camiseta,
Passa pedalando em direção a Orla,
Pois, quer
Ouvir os ventos do mar
Misturada com o barulho da brisa,
Das ondas caindos seguidamente,
Seguidamente e seguidamente,

Ele, o garoto,
Procurando um lugar para se identificar.

30 março 2008

"Idéibelos"

Vejo as minhas idéias escapulindo pelo ralo,
Descem em tufos e mais tufos, penso que,
Passei muito shampoo.

Tentei amacia-lás, deixarem bonitas e coloca-lás em apenas uma direção,
Processo errado.

Elas agora descem pelo ralo.

Devo colocar idéias sintéticas?
Aquela que compramos na loja,
É apenas coloca-lás na cabeça e pronto,
Tão bonitas quanto as anteriores.

Mas ao conhecer alguém de perto,
Descobrirá que são sintéticas,
Que são apenas uma farsa.

Minhas idéias descem pelo ralo.

28 março 2008

Diário do Andarilho

Tudo que eu disse até agora foi egocêntrico.

27 março 2008

Diário do Andarilho

Sim, estava despreparado.

Foi o que aconteceu e por isso aquele cigano chegou ali. Com minha falta de humildade, batalhei com o demônio. O demônio que em seus olhos refletia eu mesmo. Não quero entrar em detalhes, agora, contarei neste diário mais a frente, quando conseguir voltar ao meu caminho. Isso, voltar, pois, me perdi no momento em que achei que poderia descobrir tudo e acreditar no que eu achava que era correto para mim. O mundo em volta, se torna disperso e a realidade confusa no momento em que achamos que só a nossa verdade existe. Precisei me reestruturar novamente. Agora, concordo o que muita gente falou pelas estradas por onde passei. A verdade dói. No entanto, depois disso tudo, eu estava feliz.

Eu estava feliz, pois me sentia novo, como foi quando comecei a minha caminhada. Quando comecei a sonhar nos paraísos que iria conhecer, nas pessoas e nos estranhos animais. E vou conhecer mesmo, porque agora irei vê-los com outros olhos. Então tudo novamente se tornou novo e minha humildade voltou. Bendito seja o cigano. Há muito tempo atrás me lembro de quando escrevi neste mesmo diário em que a noite tinha escurecido e estava certo no caminho em que estava levando. E agora nada sei, nem por onde seguir, só sei que devo recomeçar. Terei que lidar com os mesmo problemas diários, porém, com outros olhos.

Comecei a reaver as coisas de minha mochila, joguei alguns livros fora, não seriam mais do meu interesse, por isso, fiz uma doação a uma biblioteca da cidade local. Partiria amanhã, sem demônio, sem saber pra onde ir, sem muito planejamento. Estou deixando sair naturalmente. Fluir, como flui o sangue no meu corpo. Estou ansioso para reaver minha caminhada.

Estou ansioso por viver.

26 março 2008

Quãem?

Quem eu sou?
Realmente sou o que quero?
Ou fui criado pelos homens da lei?
Quem eu sou?

Eu gosto de viajar?
Ou foi para aumentar o consumo e o turismo?
Eu gosto de futebol, ou é a valorização do nacionalismo brasileiro?
Prefiro não ser nacionalista,
Em épocas de copa do mundo.
Prefiro ser idealista,
Procurando uma justificativa pra tudo.

Mas algumas coisas,
Nunca irão se justificar,
Se eu gosto de viajar,
Ou jogar, torcer para a seleção,
Tudo tende a se identificar,
No meio em que estamos.

Quem sabe, não saberei quem sou eu,
Mas pelo menos,
Encontrarei a paz no meu coração.

A paz que todos nós, enfim procuramos,
Que não importa identidade, raça, cor, idade,
Classe social, escolaridade, conta bancária,
De hippies a acionistas,
Alguns encontram o que queria.
Outros morrem a procura dessa sensação.

Talvez não merecessem,
Não tiveram humildade.
Talvez alguns conseguiram e também não merecessem,
Tiveram a sorte de encontrar alguém que ensinasse para eles.
Alguns mereciam,
Mas encontram gente para empata-lós.
Alguns mereciam conseguir,
Não tiveram ninguém para ajudar,
Não tiveram ninguém para apoiar,
Foi na luta firme,
Nos erros e na confiança sublime.
Na confiança em acreditar no que queria buscar.

Você acredita no que você quer?
Ou...
Acredita no que eles querem?

15 março 2008

Rumo

O caminhar no meio,
O ladrilhar na direção central das duas vias,
Não faz você apreciar nenhum dos dois caminhos.
Mudo, caminhante, aprecia apenas o obscuro,
Pois o central não chega a local nenhum.

Sente-se incerto no que faz,
Procura apenas um motivo para justificar,
Mas não há, não têm fato para provar.
Mesmo assim continuamos a decidir,
Coisas sem nenhum senso.

Procuro uma inspiração.
Uma inspiração para que eu tenha coragem,
Coragem de querer mudar o mundo,
Para não ser mais um moribundo.
Procuro um sinal, que me faça seguir meu rumo,
Com vontade de fazer mudanças.

Mas no que deve-se crer,
Frio, desconfiado é o meu ser,
Pretendo transformar isso em algo forçado.
Vamos procurar um caminho.

Um caminho que dê um rumo,
Seguir uma direção e ser firme.

14 março 2008

Tá no fim

O que eu posso dizer,
Em um mundo em que nada o que você faz,
Vai trazer,
A volta da paz,
Como tudo pode acabar,
Se só pensam em ganhar,
Nunca pensam em doar,
Todos só olham pro seu próprio lar.

Como as pessoas julgam alguém em vão,
Se não conseguem decifrar nem o próprio coração,
Como vão enxergar,
Se nesse peito as pessoas só tem ambição,
Fazem tudo por dinheiro,
Se vacilar é traição,
Julgar alguém alheio,
É mostrar que não conhece a si mesmo.

Se você sabe que o mundo tá assim,
Porque procura mudar algo que já tá no fim,
Tudo destruído, nada protegido,
O planeta virou saco de lixo.

Jesus até que fez um esforço,
Mas logo foi morto,
Então pra que você quer entrar no meio?
Coisa que nenhum ladrão tem medo,
Manda você lá pra onde Jesus deve estar,

As palavras falsas das pessoas,
Que só querem suas intenções boas,
Roubam o seu dinheiro e se saem em uma boa,
Cadê o policial?
Procura só ladrão que rouba pão,
Mas não vai atrás de gente que rouba o povão,
Olha pra isso, a policial federal prendeu mais um pirata,
Falsificavam os CDS de alguma banda popularizada,
Agora cadê a prisão dos políticos,
Que roubam dinheiro dos impostos,
Pagos por nossos esforços.

Entretanto só fazem por debaixo do pano,
São sem-vergonha, são descarados,
Não ligam pra o resultado dos seus estragos,
Se já está entupidos de pessoas assim,
Para que quer mudar o mundo,
Se ele já está no fim?

07 março 2008

Que problema tem isso?

Olha isso, não se esconde não,
São crianças morrendo no Sudão
Mas o que você tem com isso?
Acha que não tem o que falar,
Que não há o que comentar,
Aí não tem nada para se mudar.

Mas, é problema deles,
Morrer de fome e sede,
Sem pai, sem mãe, sem lei,
Contaminado pela água que lá do ralo,

São moribundos e nada eles tem a fazer,
Ficam ali esperando,
Vendo o amigo morrer,
Nada esperam do futuro,
São mendigos corroídos,
Num caminho sem rumo.

Enquanto nós olhamos,
Nem nos emocionamos,
Deixando os salafrários,
Explorar os maltratados.

Senhores, senhores

A pizza nos senhores,
A falta de vergonha nos governadores.
Quem sabe um dia vai vim alguém,
Alguém que queira o bem,
Palavras idealizadas,
Por senhores conhecedores,
Das vontades de um povo carente.

Consciente, poucos agem,
Experientes, pouco fazem,
Todos esperam o biscoito molhado,
Para continuarem calados.

Trabalhador, empregado e peão,
Tentam ser honesto num mundo de corrupção,
Ainda são motivos de piada,
São discriminados e usados como saco de pancada.

Até onde vai dar,
Ter que aguentar,
Esses senhores continuarem nos usar,
Como fantoches utilizados pra brincar.

06 março 2008

A Batalha

a brigada do amor,
caminha à batalha,
a batalha do coração.
onde estratégias são formadas,
para destruir as outras brigadas,
para detonar nas batalhas,
esconder o verdadeiro objetivo,
e deixar que apenas saiba,
o próprio coração,
o segredo da emoção.

26 fevereiro 2008

"Apologize"

afrontar alguém,
depurar ninguém,
nada disso importa,
olha em volta,
sua vida está uma droga,
peça desculpas,
entre em uma nova rota.

25 fevereiro 2008

Mudança

vamos vetar os pensamentos e as ideologias próprias para observar as outras.
vamos criar pensamentos não seus para que sejamos por um dia os outros.
vamos desistir de vontades nossas, para satisfazer as vontades dos outros.
vamos lá,
tentar mudar.

qual é a verdadeira verdade na realidade?
se cada um vê de um jeito,
um jeito de olhar,
de observar,
e criar a verdadeira e a verdade da maneira que você gostaria de lidar.

18 fevereiro 2008

Sinuoso caminho

Alegria do dia em que foi a minha vez,
Nada faz por si só,
Tudo é uma coisa só,
Desiluda agora,
Vida tende a caminhar,
Pense no amor em outra hora,

Vá pra casa,
Lá é seu lar,
Não esqueça de lutar,
Pelo que quer conquistar,

Palavras soam com sabedoria,
Mas a verdadeira e sábia,
É agir como deveria.
E nada tende a agir,
Tudo que fazemos é esperar...
Esperar o tempo ruir,
O amor sumir,

E você cair,
Então,
Vamos aos atos!

10 fevereiro 2008

Diário do Andarilho

Em meus mais desconhecidos caminhos, andava calmamente pelas planícies de uma cidade local, adimirando as tulipas que ficavam ali, dançando ao sabor do vento. Andava calmamente sem carregar coisa alguma, sendo então um relaxamento. O sol ainda estava para se pôr, declarando que a tarde estava acabando e que eu supostamente voltaria logo. Sentei no meio da planície e fiquei acompanhando com os olhos aquelas lindas flores dançarem junto com a brisa. Era como uma terapia ao meu estresse e aos meus problemas que poucos tinham no momento. Tudo ia correndo bem, meu caminho parecia estar começando a ficar forte e resistente, poucos conseguiriam me fazer parar. Conseguiria chegar até onde minha alma e meu coração queria continuando no ritmo que me encontrava no momento. Os bastidores de minha caminhada ficavam impressionado com meu desenvolvimento rápido e como adiquiria experiência e raciocinava rápido. Me orgulhava disto e seguia em frente sem agradecer e sem bajular de mim mesmo para não mostrar egoísmo. Estava tudo maravilhosamente bem. Até hoje.

Até agora. Lá, eu, sentado nestes lindos campos que nunca tinha passado, senti a presença do que já tinha esquecido na primeira semana que tinha se passado por mim. Mostra como nós seres humanos somos adaptáveis e passageiros,receptíveis a mudanças. Não esperava que algo acontece logo neste instante, tornei aquele momento como algo do passado e que nada seria modificado e nem que ocorreria mais além do que já tinha acontecido. Procurei com meus olhos sem mover minha cabeça, tentando desfarçar meu nervosismo diante da situação intrigante. Não vi nada.

Passei quase uma hora com essa sensação e sem mover um membro do meu corpo. Eu tinha certeza de que ele estava me espiando, afinal, por uma hora ele já teria feito alguma coisa comigo. O sol começou a tocar na planície e mostrar o dourado da natureza e o brilhar das tulipas brancas. Por um momento me distanciei da situação e fiquei observando essa beleza natural. O sol parecia acariciar a terra que continuava dançante, pela brisa que soprava eternamente entre as folhas e flores. Um galho se quebra atrás de mim para a esquerda. Vacilei. Ouvi os passos chegando até mim e um barulho leve e continuo de uma lâmina cortando as flores.

Não tinha mais jeito. Me virei bruscamente. Estava completamente nu de armamento e ele poderia me matar a qualquer momento. Era aquele cigano o qual me encontrei a meses atrás, com cabelos grisalhos e barba mal feita, o que conseguiu me trazer medo na minha era de novas descobertas em terrenos desconhecidos que agora pra mim já eram como quintais de minha casa. Sabia onde ficava a caça, onde é o melhor lugar pra assar, os rios, quais são gelados, os ursos, onde eles moram e quais suas cavernas, cidades, vilarejos, famílias que moravam neste continente. E agora, acustumado a ele, perdi o senso do perigo sentindo-me seguro e acabo de ser pego de surpresa por este cigano. Aquele das orelhas furadas com várias argolas diferentes. Aquele que tinha um olhar negro e vazio quando concentramos nossa visão dentro dele. Era o demônio.

E o demônio estava na minha frente, segurando uma espada e espantosamente fazendo uma feição que eu achava ser desconhecida na vida desses seres maléficos. Ele segurava a lâmina abaixada na sua mão direta e olhava para mim diretamente e sorria. Sim, o demônio sorria em direção a mim, mostrando seus dentes amarelos, mas todos firmes em sua mandíbula.
- Olá andarilho - disse ele. Sorrindo.

Saudade

Ah! Saudade,
querida saudade,
vamos embora,
e por maldade,
nos trás aquela saudade,
do aperto de um abraço,
de um beijo molhado,
uma carícia amiga,

Saudade! nos faz pensar,
no que passamos de verdade,
no que tivemos na realidade,

Descobrimos o valor,
e o verdadeiro sentido da coisa.

18 janeiro 2008

Palavras para o Ano Novo

O que esperar
de uma vida a tardar,
sem poder ser alguém
que queria levantar
a cabeça e dizer
que o mundo é páreo a você.

Olhe que brechas entramos
dando voltas no mesmo paramêtro
sem evoluir
pretendendo fingir
no que não deu,
que não aprendeu.

Desta vez,
não será como antes,
nada será comparado,
nem sua mente continuará antiquada,
mudanças ocorrerão,
neste novo verão.