24 julho 2008

na mais fria calada rua a noite,
andava em becos arrastando a minha alma,
que de várias cortes e cicatrizes tinha pelo açoite,
açoite da vida.

uma chuva que cai do céu,
aquela nostalgia,
tudo era negro, luzes amareladas,
e a mente rugia,
por gritos.

rugir por gritos,
gritar com um rugido.
o leão daquele coelho,
por dentro daqueles pêlos,
existia um ser nibido e inibido.

destrói, corrói, aflinge.
sentir um corte,
sentir um choro, uma melancólia,
sentir tristeza, ódio,
sentir açoite, o corte,
sentir a morte.

monumento funenário,
meu rosto sorrindo na lápide,
minha data de nascimento com a morte indeterminada.

amanhã, depois, de noite,
agora.
vou esperar a morte,
pra que me mate e vá embora.

um por-do- sol vermelho,
o céu e o inferno num lugar só,
o vazio por dentro se esvaindo.
que alívio, que alívio,
mas ao olhar, não era sentimental,
era sangue saindo pelo açoite tomado pela alma, feita pela morte, sentida sem nenhuma sorte, sem sorriso, música, melodia, estrofe, cifra, silêncio, nem paz.

viver sofre.

Um comentário:

Juh disse...
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