Cheio de teias, sujo, poeira
Range a porta ao ser aberto,
Muito mal usado,
Pouco utilizado, então,
Nao guardarei aí minhas roupas.
Minhas coisas antigas estão aí,
Aquela velha moda, me sentia bem,
Não sou mais aquele que já fui,
E nem serei mais o que estou sendo agora,
Passa, modifica.
Ao ranger, outra porta é aberta.
As gavetas, guardados os objetos, momentos pequenos,
Aquela meia suja, que tenho vergonha de mostrar,
Dou risadas daquilo que já tive vergonha,
Tenho vergonha daquilo que irei rir ao futuro próximo,
Passa, modifica.
Poderia limpá-lo,
Renovar minhas roupas,
Usar as mais antigas, que tal
A moda que eu me adequar melhor.
Poderia me sentir bem como eu me sentia,
Mas me sinto bem como me visto agora,
Qual a intenção de se sentir bem como já me senti
Se sinto bem com o que eu estou sentindo agora?
Confuso, fico, qual a diferença?
As roupas antigas, as novas,
Novos estilos, antigas gírias
É, temos medo de nosso passado,
Escondemos nossos erros
E nao queremos adivinhar o nosso futuro,
Não comentamos do que acontenceu,
Como não podemos comentar do que não aconteceu
As vezes choramos pelo que já ocorreu nesta vida,
Choramos sem saber o resultado de um exame,
Quem sabe a morte, quem sabe a vida
Medo, medo, medo!
Coragem só existe, se existir o medo,
Dizer que existe imperfeição
É justificar que existe perfeição,
Mas se não existe, nao há,
Se não há, não tem o que preocupar-se
É este instinto que desperto ao relembrar,
O que encontro nas gavetas,
Nos cabides, no ranger da porta.
O medo de mostrar a verdadeira face.
Toda a vida da dicas para mostrar
O que verdadeiramente sou.
Assim ocultamos parte de nossas vidas
Buracos ficam nas histórias
E nada podem identificar,
Os outros, os amigos, os pais,
Nem eu.
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