20 setembro 2009

Um sujeito e uma paixão


A menina olhou-o, olhou-o novamente. Talvez não soubessem dizer palavras, mas no final das contas, pareceu fingir que não ouviu o que acabara de ouvir. Levou seus olhares ao céu, depois ao chão e depois a ele novamente.

Não sei o que dizer, ela disse.

É a pior frase a se dizer, ele disse.

Mas não sei o que falar, ela disse.

Então não fale nada, ele disse. Ele disse e encaminhou-se para um beijo. Ela virou o rosto.

Que foi?, ele disse.

Não sei, ela disse.

Por que você tá assim?, ele disse.

Não sei, ela disse.

Me diga alguma coisa, ele disse, Me dê um alô a vida.

Como assim?, ela disse.

Você não quer fugir da vida comigo?, ele disse.

Eu não sei, ela disse.

É..., ele disse. E depois disse novamente:

A pior resposta é o silêncio de um sentimento que tem medo de gritar.

2 comentários:

Rodolpho Santana disse...

Mas em alguns momentos, esperar o sentimento responder é como esperar a resposta de um mudo, nunca virá abertamente, você tem que traduzir.
O que me faz lembrar de um caso engraçado...

Anônimo disse...

o medo de o grito ser afônico, não nos deixa tentar.

“Your reason and your passion are the rudder and sails of your seafaring soul. If either be broken, you can but toss and drift or else be held at a standstill in mid-seas. For reason, running alone is a forced confining. Compassion unattended is a flame that burns to its own destruction.”

(: