tudo belo e tudo definhando
ao meu lado. não sei aonde
pude ter errado porque
simplesmente ja nao sei o que fazer.
estou incapacitado de chorar.
minhas alegrias e minhas tristezas
já estão longes de minha memória.
não tenho imagem de nada.
apenas parei no tempo e
minhas batidas cardíacas,
são apenas cardíacas enquanto
as batidas amadas estarão
fechadas por um tempo. e
não há tempo de que espere algo.
tentei me livrar, a liberdade
me seduz, mas nada de interessante.
o interessante é o fervor do
que pode dar certo com duas vidas
vivendo como se fossem uma.
uma sincronia deve existir.
falta um detalhe, apenas
um pequeno detalhe que não
consigo enxergar em nenhum
ponto desta relação.
fico perdido por não saber
o que fazer e como fazer,
algo que em mim, sempre
esteve presente nas atitudes:
saber o que fazer. e agora
me sinto perdido por não
saber o que fazer em algo
tão confuso.
talvez eu ainda não esteja
totalmente maduro para entender
o que precisa ser entendido
naquele ponto da discussão.
talvez não há nada que me faça
conseguir chegar ao que é a
única coisa que eu quero:
paz.
uma simples palavra, de
apenas uma sílaba, que
talvez eu consiga encontrar
somente sozinho no mundo.
I.
não sei em que mundo,
mas não sei o que falar.
não sei pra onde ir,
não sei o que pensar.
não sei onde estou,
nem como estou vestido,
que máscara eu visto
para ser visível.
não sei pra que eu vivo,
nem porque tudo dá errado,
não sei meu julgamento,
nem porque sou condenado.
não sei que destino
me foi cedido,
nem sei ao menos
se eu tenho um destino.
não sei nem se ao menos
o destino existe se é
apenas eu que não sou capaz
de cuidar de minha vida.
não sei de minhas capacidades,
nem de minhas incapacidades,
não sei se estou perdido,
ou se minha segurança é segurança.
não sei no que crer,
não sei se devo rezar,
não sei que mundo vivo,
não sei se estou feliz.
tantos não saberes,
me aflingem, e não sei
se é por me sentir ignorante,
ou se simplesmente não sei.
simplesmente não sei como viver.
II.
e trago mais um,
um uísque sobe a mesa,
não sei mais de nenhum.
memória se torna desfocada,
não lembro do que passei
e relapsos são a única informação.
me vejo no espelho,
o terno, o copo na mão,
estou inclinado a direita.
me esqueça, me esqueça, me esqueça.
me esqueço, me esqueço, me esqueço.
quero sumir.
III.
estou escrevendo o poema mais importante:
há uma coisa que devemos saber.
não adianta por favor.
não adianta suplicar.
devo gritar e mostrar meu espaço?
ou não tenho poder para isso?
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