24 junho 2009

banco de uma praça

gostaria de encontrar métodos para me desligar do mundo.
como uma televisão, ou um aparelho eletrônico, que
com apenas um puxão de cabo, ele simplesmente desliga,
adormece, seja lá o que for que aconteça.

algumas coisas conseguem me fazer desligar do mundo.
um deslize em uma onda, que infelizmente só posso
fazer uma vez ao dia, ou o lançar em sincronia
de pequenos objetos, no ar.

(chato, chato em explicar e formular. métodico
escrever algo como um resumo do dia. nada de
interessante para ler. agora, então, começa
o termo mais poético:

não consigo me trasmutar em outros pensamentos
perdido em minhas oferendas e meus desejos,
meus quereres perdem a sensação de terem
força e algum sentido.

dialogando comigo mesmo e com meu corpo,
a minha alma grita, como sinal de dor
e sofrimento. o acontecimento não parece
ter algum sentido.

procurando no meu "eu", algo que justificasse
"você", não encontro. assim me sinto perdido,
já que não tem motivos para descrever meus sentimentos.
isso faz algum sentido?

é apenas eu e eu, convivendo comigo, onde
suportarei os gritos de minha alma, calado.
é simples, apenas é o controle que todos
tem quando acordam:

de não lutarem tanto assim por seu sonhos e
alcançar apenas o atingível. alcançar apenas
o mais próximo dele.)

Nenhum comentário: