30 novembro 2009

O lado esquerdo do(a) oficina onde há uma barraca com bancos vermelhos;

Encostado na barraca, eu pensava com meus botões enquanto a fumaça se esvairava no ar. Olhava para cima, onde ainda tinham árvores, com folhas de cores verdes bem realçadas pela luz do sol que se encontrava atrás delas. Sem vento nenhum. Tudo estava quieto e haviam dois casais no lugar. Um, um pouco longe no carro, crianças, pareciam ser do colegial e mais outro par, do outro lado na rua, encostado no muro. Foram eles que me esfaquearam nessa hora.

Raramente passo por essa barraca. Composta por bancos de pernas amarelas e assentos de cores vermelhas escuras. O ambiente é amarelo. Tudo tem um tom meio amarelo. As cores hoje pareciam realmente estar perceptíveis aos meus olhos porque era tudo que via. E só pensava em uma só coisa. Eu percebi que este pensamento está aos poucos me corroendo, me levando a uma morte promissora. Me sinto mais velho por isso, mesmo sendo tão novo ainda.

Me lembrei quando aquela tia, que trabalha na barraca, ficava falando sobre o chove não molha comigo. Tava sentado nesse banco na hora e ela veio se intrometendo no assunto me deixando um pouco rubro pelo que ela falou. Naquele momento, que era mais ou menos um ano antes desse, eu tinha sonhos tão belos sobre um casal.

Agora vejo um ano depois, dois casais. Tão carinhosos. E eu tão só. Tão só.
O que fiz de errado?

Pensar nisso... mata-me aos poucos.

Um comentário:

isbela disse...

Guguinha
falei algumas coisas sem nexo no telefone, mas tudo que falei foi pq eu gosto muito de voce !
estou adorando ler seus escritos.