06 fevereiro 2009

Chama nos papéis

E no fim de uma chama,
queimada por papéis listrados,
com letras, frases, palavras,
sentimentos queimados na fogueira.

ao brilho, encantador e peculiar,
do fogo ao queimar,
tais papeis que eram tão amados...
foi me seduzindo de maneira maior,
e tais papéis não tinha mais tanta utilidade,
além de alimentar tal brilho descomunal,
da chama na lareira.

o pensar em sentir,
em falar com a boca,
de ouvir e entrar na cabeça,
uma palavra solitária,
saindo de dentro a ninguém escutar,
tais belas palavras,
tão feias aos outros, mas todos a sabem amar.

o medo.
o medo de lutar,
de tentar as cegas ou as vistas,
a situação que na sua frente está
destrutiva, cortante e relutante
de uma hora pra outra em qualquer instante,
acabar.

uma bóia no mar de um pensamento,
quantas coisas podem salvar ao mesmo tempo?
só uma pessoa que esteja lá?

o que devo salvar?
o que devo salvar?

uma rebeldia surge pela injusta escolha,
de só salvar uma coisa naquele lugar,
e com desdém questiono porque não posso salvar,
mais de um pensamento naquele grande mar.

mais um pensamento, só mais um.
não estou sentindo o mento.
e ninguém sente o mentor,
o mentor que te criou nesse mundo,
te tornando uma pessoa assim,
assim?

você está achando, o que você é,
bom?
ou ruim?

uma chama me cala disto tudo,
eu não preciso pensar em nada,
eu apenas fico mudo,
não há nenhuma resposta,
para aquele fogo saindo do muro,
da lareira, para o céu,
escuro cheio de estrelas.

apenas, escuto o estalar do fogo,
queimando na lareira,
os papéis que deixei na madeira,
antes de provocar uma chama.

alguém tem uma lapiseira?
tenho que recomeçar.
a chama apagou, o fogo sumiu,
os papéis estão pretos e nada se pode ler.

vamos escrever.

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