19 novembro 2010

pontos e fatos.
abrigos em abraços,
desencontros e enlaços,
uma relação de nós.

não se entende,
que posso ter dito nó,
ou posso ter dito nós.
toda história tem dois lados
como uma moeda, dizem.

e quando todos vós
quiseres ter algo,
iremos avante,
mas se for sobre amor,
talvez em opostos.

o mais longe que pode,
o mais distante que possa,
todo amor do mundo,
que cada um pode carregar,
é tão grande que queremos correr.

mas nem tudo está perdido.

e os filhos de nossos filhos,
sofrerão dessa grandeza,
como os netos dos netos
dos filhos dos filhos,
de geração em geração.

cada puxão de corda,
uma batida de sino em mente,
um efeito de som em peito,
um aperto enorme e por desleixo
deixamos escapar pela boca,
eu te amo.

17 novembro 2010

eu queria poder ter a chance
de não te ter.

só esta chance, penso eu,
salvaria de mim mesmo de você.

quando você acordar e ver,
veja mesmo,
que as coisas não
são assim do jeito que você pensa,
você verá,
verá mesmo.

pareço enraivecido,
mas não estou,
só um pouquinho, pense
antes de pensar,
vem muita besteira.

percebi que me inspiro em
muitos poemas.
outro dia, escrevi com uma semântica
de Cazuza, aqueles versos meio aflorados...
não me identifiquei.

normalmente me inspiro em alguém,
hoje me sinto Bukowski,
saindo quase pelas pontas
dos versos um, "Hank".

percebo em Bukowski, mais
em seus poemas quando leio
mais
os seus romances.

se faz tão frio,
no palavriado cotidiano,
e um poema pra cada romance
mesquinho
ou
longo
que teve.

todas, sem exceção, todas as mulheres bukoeskianas,
estão nas poesias de Bukowski,
da mais feia, a mais bonita.

conheci um cara assim, outro dia,
tão frio mas um antro sensível que só,
um dia ele cansará que nem eu,
de um dia receber um chamado
de algumas delas,
"sai daqui, seu puto!"

daí, de ouvir de tantas
me dizerem,
"saí daqui, seu puto!"

quando então me reservei a poucas,
percebi,
a mesma coisa acontece.

acontece com todos,
em todas as relações
por mais
eternas
ou duradouras,
elas semprem terminam
com um, "sai daqui seu puto!"
ou ele manda ela embora.

tão eternos de ternuras
até a gélida falha
do orgulho
ou
de joguinhos infantis
que todo relacionamento tem.

sempre alguém é mandado embora.

13 novembro 2010

a beleza cutuca o peito

por tudo que me falta nesse mundo intenso,
o maior proposito de meus pensamentos,
se reúnem a um ato só,
uma comunhão de amor e ódio,

e quando os brilhos de olhos que a gente tem
quando nosso amor desperta por alguém,
são a ilusão mais linda e
a mais terrível desilusão da vida.

coisa que todos sofrem quando a melodia
de uma música toca no ouvido em um dia qualquer,
o brilho que já tinha, foi perdido
deixado de lado e assim desiludido.

alguns poemas não resolvem nossa insignificância
mas realçam a beleza do amor de uma dança
de palavras que promovem o mais belo sentimento
que existe dentro de nossas almas.

e não conseguimos parar de querer
o que todos querem crer que podem ter,
o amor pra vida toda, uma vida de só folia,
uma vida paixão, sexo e muita alegria.

o velho corpo mole do forte coração persistente,
dentro de nossos seres contundentes que
querem encontrar o amor que nos contagia,
daqueles de filmes romanticos no cinema

por mais frio que alguém seja diante dele,
ele o alguém mais importante que essa pessoa fria já teve,
não adianta esconder o que tem dentro de si,
pois esse é o sentimento da nossa razão de existir.

11 novembro 2010

Aos poucos vou percebendo que a coisa está ficando grave. A intelectualidade, a filosofia, algo semântico, produzido durante décadas, séculos passados, grega, romana, kant, sartre, está se destituindo. A falta de carga filosófica atual nos jovens é tão pouca quase se tornando nula, onde adolescentes se resumem ao consumismo, atual nata da modernidade, atitude produzida pela composição neoliberal dos estados. A modernidade líquida. A tecnologia, competitivadade no mercado, macroeconimo e microeconmico, de qualquer forma, se perde a contemporaneidade num fuso de ideias excessas, a informação, a comunicação, a internet com tantas qualificações e desqualificações, inapropriação e apropriação. O ser humano tornando-se mais indíviduo, indivíduo tanto, que mecaniza, perdendo, assim, seu pensamento, sua fluidez mental, sendo apenas ente, ser.
O mundo então se perde ao conceito simples do dinheiro, da ganância, da produtividade para constituição familiar, que hoje, pós revolução Jack Kerouac, Charles Bukowski da literatura maldita americana, se torna em uma alternância tão grande que chega é exagerada. Pontos de discussão de que tipo de família brasileira está se tornando no país, sua concepção, sua varidade - uma extensa variedade - na qual nem nós mesmos conseguimos definir algo que seria tão simples a cinqüenta anos atrás: pai, servidor; mãe, educadora; filhos, herança dos negócios familiar ou do reflexo dos mesmos.
Enfim um mundo perdido de juventude sem limites, no excesso do seu pensamento seco, mecanizado, colaborador dessa total alienação cultural - entretanto, se analisarmos, o mundo se encontra num momento multicultural expandindo diferentes costumes e assim, este alto número também acaba dando ao indivíduo da sociedade atual, uma grande margem de caminhos a serem seguidos colocando-o e uma situação de dúvida e indefinição - que perpetua sobre as sociedades: seres humanos mecanicos, não burros, mas coisa pior: preguiçosos de pensar.

08 novembro 2010

I.

ao livre toque da palma
um leve sentido de alma
de um mundo que talvez
ainda possa ser belo.

e um brilho na luz de uns olhos
fazem o velho se tornar novo
e toda uma vida recomeça
quando temos a chance.

II.

aos poucos,
sinto, vai sentido,
sobresaindo, sumindo do escuro
surgindo ao mundo,

abrindo-se em prumos
como flores em raios de sol
como raios de um nascer de sol,
e fincando-se

ficando e se exteriozando
e explorando os horizontes
em olhares sobre ombros
nostalgicos.

k.
só rindo mesmo.

III.

uma boa música,
um ludovico einaudi
inspira-te em mente.

inspira-se,
pra sair esta merda
melosa e nostalgica.
vida passada de poemas
atrasados de corações
arrasados e destruídos.

é velho, caro, sozinho
bandido de si mesmo,
esconde-se em leituras
malditas, bukowski,
velho monstro da vida.

e sábio.
afinal de contas,
viver, feio ou bonito,
qualquer história é vida
e experiência.

silêncio.
escrevendo ao silêncio.
some a rima,
aparece a reflexão,
pouca coisa sai...

não se guenta mais pensar.
pensarei novamente um dia.
penso, como tal percebo,
quando o coração sente.

o vazio, é simplesmente oco,
sem reviravoltas pelo corpo e mente.

irei viajar.