02 julho 2010
e é absorvido de forma excessiva, complexada, puxado para o fundo, abaixo, sem conseguir se conter, o mundo lhe dilui, você some, tudo some, apenas músicas, nenhuma voz, apenas sonetos, apenas barulhos, sons que formam alguma coisa a mais, destruição, decepção, se corrói aos poucos com o passado e isso vai lhe destruindo. vai lhe fazendo aos poucos mais homem e mais destrutivo, mais fumante, a beber mais, ou a querer se embebedar. se desleixa mais, perde o controle, se vê no que realmente está acontecendo, se cansa, se cansa, se perde. e aos poucos o passado e tudo que lhe aconteceu vai lhe tornando alguma sombra vazia e vai se destituindo aos poucos dos pedaços de sua alma, ela vai sendo solta, vai saindo, vai se sobressaindo, até sobrar alguns poucos pedaços ou ficar constituída de enormes buracos vazios sem fundo. o mundo todo se torna pouco, ou até mesmo desinteressante, só lhe prestam restos, começa a aceitar apenas restos, não se dá ao luxo de tentar querer algo a mais. e tudo vai se tornando pouco, velho, pobre, tedioso. nada mais parece ter sentido, escrever, olhar as pessoas, apreciar, elogiar, se degustar. a vida não parece mais ser vida, as cores se tornam apenas três: cinza, branco, preto. tudo é triste e melancólico. tudo é sujo, maldoso e destruidor. não tem mais porquês, nem querers, apenas fazers. só age indolentemente, inconscientemente, como um vivo já morto. os olhos deixam de ter brilho e o exagero. bem o exagero está aqui.
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