21 junho 2010

corra. os passos iam batendo e cada som surdo ecoava por todo meu corpo. meu cansaço me afastava de meu objetivo e eu continuava correr, corra. eu queria alcançar, eu precisava sair de onde eu estava e ir em frente. o mundo é todo torto e eu sou ereto. eu corria e não parava, o suor escorria pelo rosto e pingava pelo queixo. cansaço, ofegava e continuava, repetidamente, não me esquecia de meu objetivo, corria. os pés batiam, paf, paf, paf, paf, rapidamente, seguidamente, quase uma hipnose. já ouvia o som das ondas batendo nas pedras, corria perto do mar e tudo fazia o maior sentido, estava chegando perto da linha de chegada, corria mais rápido e apressei mais ainda a minha corrida, correndo. corri. corri como nunca e meu peito doía e eu sentia falta de ar e o barulho do vento e a água batendo nas pedras e falta segundos pra linha de chega e eu cheguei. quando passei dela e consegui pular. saltei do despenhadeiro.

Nenhum comentário: