30 agosto 2009

Carniça


Passos rasos, pingos de chuva, passos rasos, passo por uma poça, um cigarro, passos rasos, tropeço em uma cadeira, tropeço em outra cadeira, não estou bêbado, mas estou cansado, passos rasos, cansado, passos rasos, passo por outra poça, o cigarro foi jogado no chão, pisado e apagado.

Se bem que..., penso e logo esqueço.

Ele, ou eu, vai em direção a porta do bar, esconde-se dos chuviscos.

Que porra to fazendo aqui, pensa dessa vez a frase toda.

Não estava se sentindo bem, não estava achando nada legal. Um mundo de dúvidas, algo que você não quer para a vida toda. Você realmente não quer isso para a vida toda.

Hora de mudar, penso.

Mas então, é algo que não nos distrai por completo. Sentimos um vazio e que algum pedaço está faltando em nossos corações. Todas as compainhas juntas neste dia não conseguem suplementar uma.

É triste, é triste.

É triste o mundo perdido que essas pessoas vivem e não tomam consciência do que estão fazendo. Você mesmo percebe a inquietação nas suas pernas que balançam, a ansiedade. Uma troca de rebeldia alheia entre elas, as pessoas. Uns ollhares cabulosos, macabros e pressinto uma imensa solidão nos olhares de todas elas. De um desespero pela liberdade. Um desespero tão... maligno. Uma energia negativa é acumulada, sentida, passa pelo meu corpo trazendo um arrepio.

Mas que mundo nós estamos, meu Deus? pensei, formulando o último pensamento solto.

Volto a me esquecer.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom, o jeito como você descreveu tudo além do lado de dentro.

é um estilo bacana à se desenvolver. (:

beijoo guga