30 dezembro 2008

Sinto que alguma coisa está faltando para o projeto sair perfeito.

26 dezembro 2008

bêbado, bêbado, bÊbado, bêbado.
travado,
trazendo, em si,
algumas coisas,
em ti, lembraças delicadas,

o doce,
o uísque nas mãos,
as pernas estiradas na poltrona,

ela em cima.
olhar ao lado, menos nela
ela se levanta e sai,
mas tanto quer! tanto deseja!

o charme, ela pega nele, dá um abraço
e fala no ouvido,
mas sai.

o charme, o doce,
o uísque, o abraço.

cada toque do ambiente,
cada detalhe, olhar, reflete o fogo,
distorcido.

por que ninguém aceita ele... por inteiro?

25 dezembro 2008

"Hello there, the angel from my nightmare."

É tão misto e certo. É simples de entender e difícil de explicar. É apenas uma frase em outra língua. Legal. E as pessoas procuram dentro de uma pequena frase, as vezes tentar explicar tudo que querem ou desejam. Em muitas formas as pessoas procuram expressar o que não é visto, o que não é tocado. Palavras, falas, músicas, imagens. Qualquer coisa expressa sempre alguma coisa. O fato de tentar comunicar aquele olhar. O fato de tentar comunicar aquela angústia. As pessoas desesperadamente sentem e amam, e mesmo não gostando do que sentem, existe aquele sabor que não querem perder e ninguém comenta até hoje. Viver sem este sabor é viver sem sentir esta agonia ou este sentir. Mesmo chorando, gritando, sorrindo, florindo, sentindo, matando, montando, criando, fomando, perdendo, saudade. Ninguém quer perder esse sabor. E a cada momento cada pessoa tenta se livrar dessa maneira, expelindo pelas palavras, falas, músicas, imagens. A cada momento que tenta tirar este fardo que corrói seu coração, sua mente, o tempo - que acaba passando mais devagar -, criando raiva, amor ou dor. E o gritar, chutar as coisas, jogar este computador pela janela, os copos na mesa, rasgar as roupas, a camiseta vestida em mim, arrancar os cabelos da cabeça, de alguma forma de expressão corporal, também mostramos o que sentimos. Fechar o punho com força, fechar a arcada dentária com força, os olhos, bater o pé, deitar e olhar para o teto, ficar sem movimentos, parado, sentindo o tempo contando a cada segundo - cinquenta e um... cinquenta e dois... cinquenta e três... cinquenta e quatro... cinquenta e cinco... cinquenta e seis... cinquenta e sete... cinquenta e oito... cinquenta e nove... sessenta, um minuto - de maneira torturando e te corroendo. De muitas formas as pessoas tentam expelir alguma coisa, como eu tentei agora, nessa frase.

"Hello there, the angel from my nightmare
[...]
And in the night we'll wish this never ends
We'll wish this never ends

[...]
Where are you and I'm sorry
I cannot sleep I cannot dream tonight"

Mark Hoppus & Tom Delonge
Ah!
Aah!
Aaahh!
Aaaaaaaahhhhhhhhh!
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!

Aah!
Aaaahhh!
AAAAAAAAAAAHHHHHHHH!
Aaahhhh...

AAAAAAAAAH!
AHHHHHHHHH!
AAAAAH!
AAAAAAAAAAH!

Eu não me aguento!
Grande poesia.

22 dezembro 2008

Profano.

21 dezembro 2008

Não me aproximo. Não me recordo, algumas vezes tento me afastar, correr para longe. Vou sentindo as pisadas mais pesadas, o ritmo ficando mais seco, parece que carrego 100kg em minhas costas. Não consigo chegar a lugar nenhum. Corro, me aproximo, as duas coisas não dão certo.

Apenas fico parado.

No meio da floresta vazia, sombria. Seus galhos dançando ao sabor da brisa gelada e criando pequenos barulhos e chacoalhos das folhas caindo ao chão. No meio do nada, do bosque, sentado, ali, me contendo de agonia e medo.

De agonia e medo.
De agonia e medo.
De agonia e medo.
De agonia e medo.

E só.

Vou preparar um café para ver se a dor de cabeça passa.

20 dezembro 2008

Tô acordado. Tô acordado.

Porra! Não venha, não. Olha, tô acordado, porra, esquece de mim.



Sempre foi assim. Será. Se constrói bem devagar e você não pode retornar isto. Você se perde de maneira sutil, não percebe como isso acontece e quando acontece não sabe porque isto aconteceu. Você não consegue se livrar de seus problemas, seu coração não escuta mais aos seus comandos. E aí, cara, se fodeu.

A ladeira íngreme do coração até sua mente não é tão simples de se fundir. É necessário muito esforço nas pernas dos pensamentos. É difícil... é difícil. Tem que pensar muito, se questionando: vale a pena? Vale a pena? VALE A PENA, CARO AMIGO?

Se vale, se fodeu mais uma vez então, haha! Porque não vai ser fácil. Se fosse ruim tava aí, na merda, facinho, facinho pra você pegar e conseguir. Porque o que não serve você acha fácil.

Não deixa, não deixa se esvair. Não vou me rebaixar, mas peço por favor. Não entre fora, caia dentro mesmo, aceite os defeitos porque nada vai sair tão perfeito. Olha se consegue ir mudando devagarinho, porque aí o negócio é mais agoniante, mas menos impactante.

Porque o impacto dói. E a agonia... ela agonia mesmo, né, porra.

Agonia pra cacete. Tem gente que não guenta ficar com essa agonia e aí vem procurar aquele (ou aquela) amiguinho benfeitor para ajudar a superar. As vezes supera. As vezes não. Então o que acontece é que amigo que não serviu - é verdade! -, pois quando você não consegue é porque você tem fraqueza. E pra ser forte alguém dá um empurrãozinho. Se aquele (ou aquela) não conseguiu, veja o que o outro diz e vai pingando de amigo em amigo até conseguir fazer o que você não consegue sozinho. Seguir em frente.

Mas fazer o que, tô acordado aí, tô esperando o sono chegar.
E chegará?

19 dezembro 2008

Desconstruam as casas,
Desfaçam os asfaltos,
Retirem o encanamento e a iluminação.
E descontruam as cidades.

Desfaçam as montanhas,
Sequem os lagos, os rios, os mares.
Guardem as flores,
Retirem as árvores
Guardem todas no depósito.

Apaguem o Sol,
Apaguem as estrelas
Tirem a Lua da noite.
Não quero ver mais aquele coelho.
A noite não deve ter mais brilho.

Fecham os sentimentos, os amores,
As paixões, as dores,
Perdoem os desonestos e os honestos.
Recoloquem todos os humanos, na caixinha.

Rearrumem tudo.
Desfaçam tudo.
Tirem a terra até ficar a casca.

Porque nada mais faz sentido.
Fielmente desisto. Mais uma vez nessa putrefação social, sentimental e tudo que consideraria bom para uma felicidade pessoal, não existe mais. Nada mais surge nesse mundinho podre pela falta de compaixão existentes entre seus companheiros de raça e cada vez mais a competitividade entre eles continua surgindo e aumentando cada vez mais.
Desisto. Desisto em acreditar que talvez, quem sabe, as pessoas sejam realmente pessoas, ao invés de puro orgulho, corrompidas pela infidelidade e ainda tem a ilusão de achar que isso faz parte da vida. Perdem-se completamente nos seus pensamentos decadentes, sem nenhum senso de noção do certo e o errado.
Desacordados com a vida, iludidos com as sensações que o mundo a concedem, tentam se esquecer desse peso nas suas mentes corrompidas.

Não posso fazer nada. Quando um quer nenhum vai.

17 dezembro 2008

Que lástima. Na vida as pessoas são dramáticas em suas vidinhas miseráveis e sempre imaginam ou emendam histórias nas suas próprias vidas para que sejam mais divertidas. E ainda tem a falta de vergonha de contar esses "novos" fatos para os companheiros. Tudo com um sentido chúlo de se transparecer uma imagem do que querem passar sobre eles mesmos. Iludem-se na vantagem de um caráter idealizado por mais uma fonte não confiável de informações: a sociedade. E baseiando-se nelas, acham que tendo essas características peculiares que não existem neles, mas criam em situações - assim caracterizando-os -, podem se identificar com o grupo ou impressioná-los com suas tão consideradas vantagens.

O que mais me impressiona nisso tudo vem da falta de amabilidade em nós mesmos. E viajamos em nossa maionese de pensamentos com tantas situações melosas relacionadas aos nossos parceiros que quando consideramos colocarmos em prática, acreditemos em nós mesmos de que isso não se deve acontecer. Ou de que não é aceitável. Nós temos medos de nossas vontades e nossos desejos. E novamente nós procuramos para aquela fonte totalmente não confiável: a sociedade. E nela começamos - novamente - a se basear nas vontades e desejos adequadas a nossa cultura local e social.

O péssimo das coisas, é que estamos se sentindo corroídos por dentro e sentimos esta terrível sensação, mas não voltamos atrás. Pior em pensar de que sabemos o que significa e não conseguimos voltar atrás, seria mais torturador do que a situação que estamos agora. E é daí que vem aqueles que procuram fugir da realidade, usando dos mais diferentes tipos de drogas. E eles as utilizam pelo peso que a sociedade impõe, ou melhor, corrigindo, do que nós deixemos que a sociedade imponha sobre a gente, já que não encontramos nem uma pessoa que aceite nossos desejos e vontades considerados - geralmente - vergonhosos. E com essas drogas eles realmente fogem da realidade. Encontram-se no mundo fictício e não tem vergonha de suas sensações e assim, aquele sentimento de prisão é rompido por algumas horas e você fala as besteiras e sente a vontade que quiser. Se sente leve, porque nada te prende, nem a vergonha, as pessoas rindo ou não de sua larica ou de sua viagem tridimensional de que a droga lhe proporciona. O fato é você atinge a coragem de falar o que sente.

No entanto, contudo, é de grande interesse meu continuar a insistir do quão ridículo conseguimos ser, construindo fatos apenas para podermos criar imagens definidas por nós, para o nosso caráter.
Impressionante como conseguimos dormir.



E nós conseguimos realmente dormir?

05 dezembro 2008

não há como voltar atrás.
em tempos de tempos, sua cicatriz cicatrizada,
marcada e seu peito, pelo golpe no coração,
o destino realizou seu objetivo.

e vence mais uma vez,
uma vitória encontrada já pela minha mente,
e que procurava esperar... até acreditar,
mais uma vez, de que 'dar certo' existia.

busquei em meus primordiais objetivos,
qual o real objetivo de realizar um desejo.
não sei, não sei,
não vou encontrar nenhum desejo,
se eu for pensar como um objetivo,
e nada será como eu quero,
se um dia eu querer realizar.

não há,
não vêem a desordem estrondosa,
o mundo descontrolado,
todos acham que tudo deve ser como estar,
e o estar é sofrer e nunca se realizar.

querem porque querem aceitar,
descontroladamente o que
criaram imaginariamente sobre
o que é viver.

querem destruir os pensamentos férteis
profundos e unicamente saudavéis
e os unicos que restam nessa vida.
não, corrompem-se com chúlas palavras daqueles que se declaram sábios.

insônia em meus olhos,
por não fecharem de ódio do quejá sei o que pode acontecer.

e me iludo.
me iludo em imaginar que alguma vez na vida eu tive a realidade de uma ilusão.

e me fecho.
me fecho mesmo sabendo que todas as vezes que me abrir,
receberei um presente
e uma facada.

de nada você ganha, se pegar algo em troca.
qualquer motivo, motiva você a querer realizar
e nenhum motivo faz vocÊ continuar
por mais firme que seja,
quando a facada forma aquela cicatriz,
que quando cicatriza no peito pela esfoliação do coração,

nada faz você continuar.