31 agosto 2010

Reveja

Estou perdendo meus sentidos poéticos. Aos poucos uma frieza vai corrompendo os gostos de uma vida de desgosto - que é a de uma poeta - ou de um cientista do sentir, do analisar o sentir. A frieza que me corrompe, é uma brecha sobre uma sociedade na qual vivo. Um furo atrativo por dinheiro e beleza. Existem outras sociedades, dentro delas, aquelas alternativas, onde tem o sexo e as drogas. Cada sociedade tem seu vício. Você vai sendo sugado pelos vícios, outrora carro e dinheiro, outrora drogas e sexo. Essa repetição efêmera, mas também exigente em qualquer lugar em que conviver, é como um buraco negro sugando seu corpo. Não necessariamente se acessa, mas se convive e conviver é admitir normalidade. A normalidade é o comum e nada disso deve ser comum. Nenhum deles, nenhum de todos. Os vícios, a corrupção da alma, vamos nos livrar disso. Vamos nos livrar de todo este peso e exigência, trabalhe, estude, se forme, se controle. Vamos se policiar de todo o mal, não exceda, não se machuque, se valorize. Forme-se humano e não um ser, um indivíduo. Não um homem de conduta. Se torne humanista, humano, animal, instintivo. Seja a vida.

14 agosto 2010

Quanto imperceptível ao faro, o olhar as vezes pode ser belo quando usado

E com um brilho de uma palavra,
constitui na liberdade o ser humano
e torna-se uno.

No desejo e ânsia contido em olhos,
despertos, desesperados!,
encontram-se as mais fáceis definições.

Palco de um teatro delinear,
e mesmo assim, confuso,
indefinido, certo e
definido, tudo ao mesmo tempo.

Para tudo tornar-se certo,
precisa-se acreditar que está no vago.
Ninguém admite sua situação,
mas mesmo assim quer melhorá-la.

É de tendência crer neste rumo.
Creiam e verão.
Enxerguem e perceberão.
Abram os olhos!