30 março 2008

"Idéibelos"

Vejo as minhas idéias escapulindo pelo ralo,
Descem em tufos e mais tufos, penso que,
Passei muito shampoo.

Tentei amacia-lás, deixarem bonitas e coloca-lás em apenas uma direção,
Processo errado.

Elas agora descem pelo ralo.

Devo colocar idéias sintéticas?
Aquela que compramos na loja,
É apenas coloca-lás na cabeça e pronto,
Tão bonitas quanto as anteriores.

Mas ao conhecer alguém de perto,
Descobrirá que são sintéticas,
Que são apenas uma farsa.

Minhas idéias descem pelo ralo.

28 março 2008

Diário do Andarilho

Tudo que eu disse até agora foi egocêntrico.

27 março 2008

Diário do Andarilho

Sim, estava despreparado.

Foi o que aconteceu e por isso aquele cigano chegou ali. Com minha falta de humildade, batalhei com o demônio. O demônio que em seus olhos refletia eu mesmo. Não quero entrar em detalhes, agora, contarei neste diário mais a frente, quando conseguir voltar ao meu caminho. Isso, voltar, pois, me perdi no momento em que achei que poderia descobrir tudo e acreditar no que eu achava que era correto para mim. O mundo em volta, se torna disperso e a realidade confusa no momento em que achamos que só a nossa verdade existe. Precisei me reestruturar novamente. Agora, concordo o que muita gente falou pelas estradas por onde passei. A verdade dói. No entanto, depois disso tudo, eu estava feliz.

Eu estava feliz, pois me sentia novo, como foi quando comecei a minha caminhada. Quando comecei a sonhar nos paraísos que iria conhecer, nas pessoas e nos estranhos animais. E vou conhecer mesmo, porque agora irei vê-los com outros olhos. Então tudo novamente se tornou novo e minha humildade voltou. Bendito seja o cigano. Há muito tempo atrás me lembro de quando escrevi neste mesmo diário em que a noite tinha escurecido e estava certo no caminho em que estava levando. E agora nada sei, nem por onde seguir, só sei que devo recomeçar. Terei que lidar com os mesmo problemas diários, porém, com outros olhos.

Comecei a reaver as coisas de minha mochila, joguei alguns livros fora, não seriam mais do meu interesse, por isso, fiz uma doação a uma biblioteca da cidade local. Partiria amanhã, sem demônio, sem saber pra onde ir, sem muito planejamento. Estou deixando sair naturalmente. Fluir, como flui o sangue no meu corpo. Estou ansioso para reaver minha caminhada.

Estou ansioso por viver.

26 março 2008

Quãem?

Quem eu sou?
Realmente sou o que quero?
Ou fui criado pelos homens da lei?
Quem eu sou?

Eu gosto de viajar?
Ou foi para aumentar o consumo e o turismo?
Eu gosto de futebol, ou é a valorização do nacionalismo brasileiro?
Prefiro não ser nacionalista,
Em épocas de copa do mundo.
Prefiro ser idealista,
Procurando uma justificativa pra tudo.

Mas algumas coisas,
Nunca irão se justificar,
Se eu gosto de viajar,
Ou jogar, torcer para a seleção,
Tudo tende a se identificar,
No meio em que estamos.

Quem sabe, não saberei quem sou eu,
Mas pelo menos,
Encontrarei a paz no meu coração.

A paz que todos nós, enfim procuramos,
Que não importa identidade, raça, cor, idade,
Classe social, escolaridade, conta bancária,
De hippies a acionistas,
Alguns encontram o que queria.
Outros morrem a procura dessa sensação.

Talvez não merecessem,
Não tiveram humildade.
Talvez alguns conseguiram e também não merecessem,
Tiveram a sorte de encontrar alguém que ensinasse para eles.
Alguns mereciam,
Mas encontram gente para empata-lós.
Alguns mereciam conseguir,
Não tiveram ninguém para ajudar,
Não tiveram ninguém para apoiar,
Foi na luta firme,
Nos erros e na confiança sublime.
Na confiança em acreditar no que queria buscar.

Você acredita no que você quer?
Ou...
Acredita no que eles querem?

15 março 2008

Rumo

O caminhar no meio,
O ladrilhar na direção central das duas vias,
Não faz você apreciar nenhum dos dois caminhos.
Mudo, caminhante, aprecia apenas o obscuro,
Pois o central não chega a local nenhum.

Sente-se incerto no que faz,
Procura apenas um motivo para justificar,
Mas não há, não têm fato para provar.
Mesmo assim continuamos a decidir,
Coisas sem nenhum senso.

Procuro uma inspiração.
Uma inspiração para que eu tenha coragem,
Coragem de querer mudar o mundo,
Para não ser mais um moribundo.
Procuro um sinal, que me faça seguir meu rumo,
Com vontade de fazer mudanças.

Mas no que deve-se crer,
Frio, desconfiado é o meu ser,
Pretendo transformar isso em algo forçado.
Vamos procurar um caminho.

Um caminho que dê um rumo,
Seguir uma direção e ser firme.

14 março 2008

Tá no fim

O que eu posso dizer,
Em um mundo em que nada o que você faz,
Vai trazer,
A volta da paz,
Como tudo pode acabar,
Se só pensam em ganhar,
Nunca pensam em doar,
Todos só olham pro seu próprio lar.

Como as pessoas julgam alguém em vão,
Se não conseguem decifrar nem o próprio coração,
Como vão enxergar,
Se nesse peito as pessoas só tem ambição,
Fazem tudo por dinheiro,
Se vacilar é traição,
Julgar alguém alheio,
É mostrar que não conhece a si mesmo.

Se você sabe que o mundo tá assim,
Porque procura mudar algo que já tá no fim,
Tudo destruído, nada protegido,
O planeta virou saco de lixo.

Jesus até que fez um esforço,
Mas logo foi morto,
Então pra que você quer entrar no meio?
Coisa que nenhum ladrão tem medo,
Manda você lá pra onde Jesus deve estar,

As palavras falsas das pessoas,
Que só querem suas intenções boas,
Roubam o seu dinheiro e se saem em uma boa,
Cadê o policial?
Procura só ladrão que rouba pão,
Mas não vai atrás de gente que rouba o povão,
Olha pra isso, a policial federal prendeu mais um pirata,
Falsificavam os CDS de alguma banda popularizada,
Agora cadê a prisão dos políticos,
Que roubam dinheiro dos impostos,
Pagos por nossos esforços.

Entretanto só fazem por debaixo do pano,
São sem-vergonha, são descarados,
Não ligam pra o resultado dos seus estragos,
Se já está entupidos de pessoas assim,
Para que quer mudar o mundo,
Se ele já está no fim?

07 março 2008

Que problema tem isso?

Olha isso, não se esconde não,
São crianças morrendo no Sudão
Mas o que você tem com isso?
Acha que não tem o que falar,
Que não há o que comentar,
Aí não tem nada para se mudar.

Mas, é problema deles,
Morrer de fome e sede,
Sem pai, sem mãe, sem lei,
Contaminado pela água que lá do ralo,

São moribundos e nada eles tem a fazer,
Ficam ali esperando,
Vendo o amigo morrer,
Nada esperam do futuro,
São mendigos corroídos,
Num caminho sem rumo.

Enquanto nós olhamos,
Nem nos emocionamos,
Deixando os salafrários,
Explorar os maltratados.

Senhores, senhores

A pizza nos senhores,
A falta de vergonha nos governadores.
Quem sabe um dia vai vim alguém,
Alguém que queira o bem,
Palavras idealizadas,
Por senhores conhecedores,
Das vontades de um povo carente.

Consciente, poucos agem,
Experientes, pouco fazem,
Todos esperam o biscoito molhado,
Para continuarem calados.

Trabalhador, empregado e peão,
Tentam ser honesto num mundo de corrupção,
Ainda são motivos de piada,
São discriminados e usados como saco de pancada.

Até onde vai dar,
Ter que aguentar,
Esses senhores continuarem nos usar,
Como fantoches utilizados pra brincar.

06 março 2008

A Batalha

a brigada do amor,
caminha à batalha,
a batalha do coração.
onde estratégias são formadas,
para destruir as outras brigadas,
para detonar nas batalhas,
esconder o verdadeiro objetivo,
e deixar que apenas saiba,
o próprio coração,
o segredo da emoção.