04 setembro 2012

Faça algo, garoto.


A garota que faz algo. Normalmente muitas delas agem de acordo com suas ideias, sentimentos mais, até porque são feitas por estrogênio, hormônios, coisa e tal. Sabe, essas químicas respondem sempre alguma coisa, não fez meu tipo, mas o meu tipo é coisa plausível e lógica e essa baboseira química tem sentido. Nunca fui muito de sentir e preservar meus instintos para localizar os pontos que definem as ações humanas. Talvez a solidão seja feita para mim, até porque fico despreocupado em ver o que as pessoas se esforçam tanto em elaborar, construir sobre elas e passar ao mundo. Qualquer ponto deste tipo me cansa, sempre alguém tentando transparecer algo e não há paciência para essas coisas. Ninguém tem na verdade.
Cometo o crime então de olhar além para as conversas, nunca estou realmente dentro delas. Ignoro a maior parte das coisas e o que mais faço é responder um sim diante de todo o papo longo e reflexivo que nunca leva a lugar nenhum até porque inércia, diria eu, faz parte da essência humana. Essas ações mirabolantes para se conquistar algo vem mais do orgulho do que da vontade de mudar. A personalidade orgulhosa é perigosa, diga-se de passagem.
Enfim, a garota faz algo. Conheço-a passando pelas casas de minha rua e concluo ser vizinha nova. Linda e não sei dizer se é mais velha ou mais nova, daquelas que são inesperadas por uma cabeça vazia, ou uma cheia de ideias que nunca construiu, apenas para se julgar melhor que a maioria da população inerte de ideias de atual. Mas mesmo assim, decepcionante. Mas ela faz algo.
Vejo os olhares e o samba das pernas quando anda e decido que eu tenho algo a ganhar naquilo ali. Homem, como sempre é um estudo empírico das mulheres e sempre recaem ao lado positivo, todos com ego acima deles mesmo. Por isso que os homens são tão burros, violentos e a humanidade vez ou outra desaba em alguma situação pitoresca, por este ego idiota.
Mas de qualquer jeito, quando ela faz algo, todos se perdem em um contexto louco envolvendo o seu mundo, tudo que ela diz, ou diz fazer, ou que ele a vê fazendo, tem intrínseca relação em atingi-lo e desafiá-lo e ele não pode deixar isso passar. É uma desconfiança que só.
É nessas horas que aprendi: deita na cama e vai ler um livro, esta loucura não resolve meus problemas. Mas que problemas resolvidos não me dão por contente, também não resolvem as profundas satisfações insatisfeitas que urgem de meu ser.
Da minha alma nada se vê, tudo se quer, mas nada se pode. Vamos meditar e dormir, pois viagens astrais são mais atrativas que a realidade de um bocejo da vida.