16 março 2010

Amargo

Com o tempo a vida nos ensina que a nossa vida não está sob o nosso controle. O mundo transita e a nossa vida vai junto com ele, sem nos pedir permissão e temos que lidar com esse tipo de situação. Aprendemos também que nós mesmos somos transitavéis. Uma hora gostamos e logo depois podemos odiar a mesma pessoa. Podemos criar confiança em segundos, ou serão necessário anos, atitudes, e perder esta confiança em segundos também, ou nos iludimos acreditando que tal pessoa merece tal confiança. Daí surge o arrependimento.
O arrependimento é fruto da nossa transitariedade que ocorre dentro de nossas cabeças. O arrependimento é o sentimento humano que mais suga a alma dos homens. Suga de tal forma pelo fato de que o arrependimento nunca irá passar. Pois o homem nunca sabe o que poderia ter acontecido. O arrependimento é quando imaginamos de que em algum momento de nossas vidas, poderiamos ter dado um passo que teria sido bem melhor do que já tinhámos dado. Ficamos então dentro do campo do imaginário, do que poderia ter sido e ficamos presos dentro de nós mesmos e em algo que nunca aconteceu.
Tenha a imensa curiosidade de saber como lidar com arrependimento de que não seja de uma forma de aceitação. Aceitação de que é assim que deveria ser, ou que não poderia ter ocorrido melhor, ou só olhar o lado positivo da situação, se, de mesmo fazendo isso, existe o lado negativo e simplesmente ignorá-lo não vai fazê-lo sumir.

O arrependimento é uma das duas causas principais da formação de nosso caráter. A outra causa é o trauma. Enfim, o arrependimento nos faz pensar em nunca mais tomar aquele caminho. Isso significa que é um caminho a menos dos milhares de centenas de caminhos existentes. Esse é o único lado positivo. No entanto, você continuará lidando com a situação que você mesmo se colocou pelo resto de sua vida por ter decidido seguir este caminho. Muito cuidado me suas escolhas.

Dentre os piores sentimentos, eu acredito que este se encaixa. O sofrimento pelo amor e o amargo arrependimento.

10 março 2010

Identidade da alma

A mente as vezes nos confunde. Na vida, todo mundo no fundo procura encontrar o seu significado. O motivo de existir, de estar lá, na vida. Tenta preencher o vazio que esconde no fundo de todos os seres da terra. Alguns dizem que o amor preenche esse vazio. Um filho. Aproveitar cada dia de sua vida. Mas as vezes tudo isso é somente uma distração do que realmente queremos e nunca sabemos o que é. Continuamos frustrados, indagando cada inconformidade da vida. Tentando enontrar a verdadeira justiça que está prevalecendo sobre nós e o porque nós sofremos. A mente nos confunde.

Você com o tempo vai percebendo que se conhece menos e menos. Nos iludimos dizendo que sabemos o que queremos e acabamos "caindo nos mesmos erros". As vezes é porque ainda não sabemos o que nos atrai o erro. Acabamos achando que é o mesmo tipo de erro socializado, aqueles que todos se aflingem por ter arriscado e não conseguido. Também nem sabemos o que é realmente arriscar.

Olha, é difícil você conseguir se encontrar. Tenha pena de nós mesmos porque no fundo todos nós estamos sozinhos. E interiormente sabemos disso e procuramos o máximo possível de um acolhimento próximo que nos faça acreditar que não seja realmente assim. E aí vem alguém dizendo pra você que não é assim. Que você tem seu pai, sua mãe, seus parentes, os melhores amigos. Mas eles não sentem por você. Por isso que a briga e o amor é a forma de aproximar mais as pessoas. Porque é a única forma comum na face da terra que consegue fazer com que os seres humanos consigam sentir a mesma coisa em um determinado momento, mesmo que seja mínimo. O sexo também. Mas tudo se desmancha em segundos, alguém deixa de amar, ou somente um parceiro tem um orgarsmo e tudo vai por água abaixo. Uma crise também une as pessoas. Pessoas são mantidas como reféns e todos, naquele momento dividem o medo da morte. De não verem mais as pessoas que elas amam. É isso que une as pessoas: quando em um determinado momento da sua vida as pessoas sentem a mesma coisa. O resto... apenas nos predemos a ela.

Nos prendemos as pessoas com medo da solidão e do vazio existente em nossos seres. Nossos egos gritam pedindo que tenhamos importância na vida de alguém ou de algo, para podermos nutrir a nossa necessidade de existir.

Nós queremos existir. Nós precisamos existir?